CPI Mista da Petrobras vai ao STF na terça para agilizar acesso a delação de Paulo Roberto Costa

Da Redação | 19/09/2014, 13h59

Após a reunião marcada pelo silêncio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, os integrantes da CPI Mista que investiga irregularidades na empresa concentram suas atenções nos documentos referentes ao depoimentos que ele prestou após fazer acordo de delação premiada com o Ministério Público e a Polícia Federal.

Na tentativa de ter acesso às informações, os parlamentares vão se reunir nesta terça-feira (23), às 18h, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Também deve participar do encontro o ministro Teori Zavascki, relator da ação judicial resultante da Operação Lava Jato, que desarticulou o esquema de corrupção e desvio de dinheiro público do qual o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa são acusados de participar.

Pressa

Na última reunião da CPI na quarta-feira (17), oposicionistas e aliados do governo concordaram com a importância de terem em mãos a íntegra das informações prestadas por Paulo Roberto, até porque parte delas já vazou por meio da imprensa e incriminou políticos.

— A comissão deve ter como meta obter do Supremo o compromisso definitivo de ter acesso imediato a cada depoimento da delação premiada para que possa cumprir seu papel constitucional — cobrou o senador José Agripino (DEM-RN).

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também cobrou do presidente da CPI Mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) acesso às informações:

— Enquanto esse material não chegar, praticamente esta CPMI nada vai poder fazer do ponto de vista de resultados práticos. Então, apelo, mais uma vez para que esses documentos cheguem o quanto antes. Só assim, poderemos avançar — afirmou.

O senador Humberto Costa (PT-PE) chegou até a ponderar que a ida ao Supremo pode ser inútil, se o conteúdo da delação não tiver chegado à Corte.

Nossa ida ao STF agora pode ser inócua porque se há de fato um processo de delação, este é um acordo feito entre o depoente e o Ministério Público e a Polícia Federal. Portanto, só deverá chegar ao Supremo no momento em que estiver devidamente concluído. É possível que o Presidente do Supremo diga que ainda não está de posse desse processo advertiu.

Requerimentos

A ida ao Supremo é o único compromisso formal da comissão nos próximos dias, visto que o presidente da CPI Mista, Vital do Rêgo (PMDB-PB) não definiu o dia da próxima reunião. Além de sessão administrativa para análise de centenas de requerimentos à espera de votação, estão pendentes mais oitivas de pessoas já convocadas para prestarem depoimentos, como o doleiro Alberto Youssef e a contadora dele, Meire Poza. Vital do Rêgo já pediu a prorrogação dos trabalhos da comissão por um mês. O prazo atual vai até o dia 7 de dezembro.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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