Artistas e intelectuais pedem a Renan justiça na condução do impeachment

Da Redação | 17/12/2015, 16h17

O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu nesta quinta-feira (17) um grupo de artistas e intelectuais que vieram pedir uma “condução justa” do Senado no julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff, caso o processo chegue à Casa. Dois documentos foram entregues a Renan.

No primeiro, de acordo com o teólogo e escritor Leonardo Boff, o grupo expressa a preocupação com as consequências de um possível afastamento da presidente sobre a democracia no país.

- Neste texto, não apenas repudiamos o ato da Câmara dos Deputados, mas também fazemos uma análise sobre o que está por trás disso. Esperamos que o Senado seja justo para que saiamos engrandecidos desta crise - afirmou Boff ao presidente do Senado.

Já o cantor e compositor Chico César leu o segundo documento, no qual os artistas lembram a censura vivida durante a ditadura militar e asseguram que não vão aceitar retrocessos.

- Estamos aqui para pedir que esta Casa, que o senhor comanda, nos represente e exerça seu papel civil com o compromisso de defender conquistas do povo mais simples deste país, das quais a mais importante é a democracia - disse Chico César.

Renan Calheiros respondeu que o Senado está ciente da responsabilidade que tem com a democracia e com os avanços institucionais dos últimos tempos.

- Não podemos apequenar o papel do Legislativo. Esta cadeira me dá a certeza de que o meu papel é garantir e respeitar a Constituição Federal. Embora o impeachment seja constitucional, o que não é constitucional é colocar para andar um processo cuja caracterização não existe. Tenho absoluta certeza de que não há uma franja de responsabilidade a ser imputada - afirmou Renan.

Os artistas também pediram ao presidente do Senado ajuda para aprovar um projeto que torne o trabalho do compositor musical uma profissão. O presidente pediu às senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Fátima Bezerra (PT-RN), que participaram do encontro, que apresentem a proposta e se comprometeu a dar prioridade ao andamento da proposta.

E enfatizou que vai trabalhar para manter a estabilidade do país, primando pela isenção que o cargo de presidente da instituição requer.

- Não se pode compatibilizar o cargo de presidente do Senado com a participação no governo. Se o presidente [do Senado] quer participar do governo, ela deve primeiro aguardar o fim do mandato para depois participar mais ativamente. Tenho procurado conduzir o meu exercício com isenção e independência e estou convencido de que quanto mais isento e independente eu for, melhor guardião da democracia deste país eu serei - completou Renan.

Da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)