Jayme Campos alerta para riscos ambientais da exploração do gás de xisto

Da Redação | 28/08/2013, 17h25

O senador Jayme Campos (DEM-MT) manifestou em Plenário, nesta quarta-feira (28), preocupação com os problemas ambientais que a exploração de gás de xisto poderá acarretar no Brasil.

Citando dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Jayme Campos destacou o fato de o Brasil contar com reservas da ordem de 500 trilhões de pés cúbicos de gás de xisto em terra - maiores, inclusive, que as reservas do pré-sal - das quais o Ministério de Minas e Energia autorizou a oferta em leilão de 240 blocos de áreas para exploração.

— É imperioso estarmos em alerta constante quanto aos riscos ambientais acarretados pelo processo de extração, bem mais complexo que aquele utilizado na exploração do gás natural — disse.

De acordo com Jayme Campos, a extração segura do gás de xisto é mais difícil do que a do gás natural, pelo fato de que enquanto este se armazena nos espaços entre as rochas, o primeiro se retira do interior das mesmas, o que pressupõe o uso de uma tecnologia de fratura, com explosões hidráulicas, a partir da injeção de produtos químicos, podendo ocasionar vazamentos e contaminar a água doce.

Em seu pronunciamento, Jayme Campos observou que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Academia Brasileira de Ciências enviaram carta à presidente Dilma, no início do mês, “pedindo que seja sustada a licitação de áreas de exploração do gás de xisto anunciada pela ANP.” Os cientistas também temem, afirmou Jayme Campos, que a própria captação de água usada na técnica resulte em concorrência com outros usos preferenciais, como o abastecimento humano.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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