Alvaro Dias quer explicações do governo sobre Operação Porto Seguro

Da Redação | 26/11/2012, 18h05

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) anunciou em Plenário, nesta segunda-feira (26), que apresentará, nas comissões permanentes do Senado, requerimentos de convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams; de seu adjunto, José Weber Holanda Alves; e da chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary de Noronha.

Alvaro quer ouvir esclarecimentos sobre a Operação Porto Seguro, deflagrada na última sexta-feira pela Polícia Federal, que resultou na prisão de seis pessoas, entre elas dois diretores de agências reguladoras, sob acusação de participação em esquema de fraude envolvendo pareceres técnicos de órgãos públicos.

O senador também encaminhou requerimento ao superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Roberto Troncon Filho, para compartilhamento de informações e documentos sobre a operação. Ele afirmou esperar que os pedidos não sejam rejeitados pela “maioria governista” nas comissões.

Investigação anterior

Em 2008, durante a CPI dos Cartões Corporativos, lembrou Alvaro, foi apresentado um requerimento de convocação de Rosemary de Noronha para que a assessora da Presidência explicasse “compras de bens e serviços supérfluos ou fora do exercício funcional e o eventual fracionamento de despesa para dispensar licitação”. Além das suspeitas de uso irregular do cartão, Rosemary teria fornecido como seu endereço em Londrina (PR) a sede da Sociedade Rural do Norte do Paraná. Para o senador, o fato indicaria “conduta de má-fé” por parte da assessora.

Alvaro Dias afirmou que a convocação de Rosemary foi rejeitada à época graças a uma "blindagem". Rosemary foi indicada ao cargo pelo ex-presidente Lula, a quem sempre acompanhava em viagens e reuniões, e, ao receber a Polícia Federal na manhã de sexta-feira, ligou para o ex-ministro José Dirceu para pedir ajuda.

Para o senador, a presidente Dilma agiu corretamente ao exonerar e afastar os envolvidos na rede de escândalo. Ele questionou, porém, por que Rosemary continuou no cargo depois das suspeitas de 2008. Ele disse acreditar que o governo está em “pânico” com o que a ex-assessora pode revelar sobre o governo e a cúpula do PT.

- O escândalo de hoje faz esquecer o de ontem e espera o de amanhã para ser esquecido. Tem sido assim, é a rotina dos últimos anos. Esse é o itinerário percorrido na administração publica brasileira como consequência de um sistema perverso, demolidor das finanças publicas, sobretudo nocivo aos interesses do povo brasileiro: o sistema de aparelhamento do Estado, de loteamento de cargos - criticou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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