Medidas de ajuste do governo foram insuficientes para vencer a crise, opina Renan

Da Redação | 16/12/2015, 14h56

Ao comentar a crise econômica do país, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que os ajustes propostos pelo governo foram insuficientes para melhorar a situação. Na manhã desta quarta-feira (16), ele recebeu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pouco depois de chegar a notícia de que a agência de classificação de risco Fitch retirou o selo de bom pagador do Brasil.

— Durante o ano, em várias oportunidades, dissemos que era insuficiente o ajuste e propusemos uma agenda maior para a retomada do desenvolvimento. Enquanto não fizermos isso para valer, o Brasil vai continuar pagando esse preço. Precisamos desamarrar os pés do Brasil e deixá-lo voltar a caminhar. Durante quase 50 anos foi o país que mais cresceu economicamente no mundo. Ou seja, o crescimento econômico é a nossa vocação — afirmou.

Ainda segundo o presidente, o Senado votou todas as proposições que vieram do governo e votará novas medidas provisórias se chegarem a tempo.

— Está claro que o governo e seus programas não cabem mais no PIB brasileiro. Esse modelo esgotou. É preciso de mudanças estruturais — defendeu.

Nota

O ministro Joaquim Levy minimizou o rebaixamento da nota brasileira e disse que o mundo todo está olhando o funcionamento das instituições e a "capacidade do Brasil de tomar as medidas necessárias para garantir o funcionamento da atividade econômica".

O Brasil não pode parar nem esperar. Temos desafios, e o mundo sabe disso e tem expressado preocupação. Mas o Congresso sempre tem dado apoio, votando medidas importantes — disse.

Segundo Levy, os estrangeiros querem investir no país, e o sucesso do último leilão das hidrelétricas é um exemplo disso.

— Vimos outro dia o leilão das hidrelétricas, que teve investimento estrangeiro e disposição para botar R$ 17 bilhões. E pela primeira vez sem ter que pegar dinheiro do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social]. É o investidor mostrando confiança no Brasil. Porque os marcos regulatórios estão corretos e porque o setor está equilibrado e pacificado. Agora temos que fazer o mesmo com outras áreas com potencial de recuperação rápida, como óleo e gás e turismo —, opinou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)