Sindicalistas afirmam que Governo é o único responsável por déficit no Postalis

Da Redação | 09/06/2015, 10h51

Começou há pouco a audiência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) que discute o déficit no fundo de pensão dos Correios, o Postalis.

As perdas deste fundo já ultrapassaram R$ 5,5 bilhões de reais, o que levou o Conselho Deliberativo a aprovar o reajuste da Contribuição Extraordinária sobre o Benefício Proporcional Saldado (PBD), de 3,94% para 25,98%.

De acordo com o primeiro palestrante, José Rodrigues Santos, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios, este reajuste revoltou os trabalhadores, que entraram com diversas ações na Justiça, até o momento sem sucesso.

- O governo federal é o único responsável pelos desvios e roubos que provocaram este rombo, não são os trabalhadores - disse o sindicalista.

Ele reiterou também que a responsabilidade não seria apenas do governo atual, mas de todos desde 1981, uma vez que os diretores seriam sempre "indicados politicamente" pela direção da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).

Os problemas no fundo começaram em 2008, ocasião em que foi estabelecida a contribuição de 3,94% aos funcionários. Rodrigues Santos responsabilizou também o Ministério da Previdência por ter, segundo ele, "avalizado" as decisões da direção do Postalis.

De acordo com o segundo palestrante, Luiz Alberto Menezes, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios, todos os fundos de pensão hoje no país sofrem perdas, mas o do Postalis é o caso mais grave.

Afirmou que a responsabilidade da fiscalização sobre o fundo seria da ECT e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), vinculada ao Ministério da Previdência. O sindicalista solicitou também que os partidos indiquem o mais rapidamente possível os membros para a CPI dos Fundos de Pensão no Senado.


Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)