CPI do Assassinato de Jovens deve ir aos estados, diz Telmário

Em discurso nesta sexta-feira (29), o senador Telmário Mota (PDT-RR) defendeu que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Assassinato de Jovens visite os estados do Brasil para verificar de perto a realidade das famílias e das principais vítimas dessas mortes: o jovem negro e pobre.

— É fácil fazer leis daqui sem ir ao local, sem extrair informações de lá onde está ocorrendo a situação grave — disse.

Segundo afirmou, do total de brasileiros mortos violentamente todo ano, 53% são jovens e destes, 77% são negros, sendo 93% do sexo masculino, “os jovens negros desassistidos de política pública, de escola, e de uma ação dirigida do Estado para colocá-lo no mercado de trabalho”, avaliou.

Entre os estados que receberão brevemente a visita da CPI, explicou o senador, estão Alagoas, que tem o índice mais alto de assassinatos de jovens do país, e Roraima, seu estado. De acordo com Telmário, 55,5% dos jovens roraimenses morrem por causa violenta, sendo 21,8% vítimas de homicídios, 12,6% por suicídio e 21% em acidentes de transporte.

O senador quer estudar por que os índices de suicídio estão elevados, o que vem causando nesses jovens a depressão que os levam a ceifar a própria vida, o que se pode fazer para diminuir as mortes no trânsito, especialmente por causa das motocicletas, e o que causa tantos homicídios.

A audiência pública em Roraima terá a presença de representantes da Segurança Pública, do Ministério Público, da justiça local, da sociedade civil organizada, líderes comunitários e mães de vítimas da violência para colaborarem e prestarem informações, informou.

— A partir daí, vamos poder definir na CPI uma proposição que não pode terminar só no relatório. Essa é a grande questão, as palavras se perdem, o relatório é frio e não retrata a realidade que a gente encontra ao ir fazer essas apurações — afirmou.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu que se realize uma sessão temática, em Plenário, sobre a juventude, discutindo escola, emprego e até mesmo a previdência social, tema que a seu ver interessa sim aos jovens.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)