Campanha Mais Mulheres na Política chega ao Rio Grande do Sul

Da Redação | 25/05/2015, 20h36

A procuradora da Mulher do Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lançou nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a campanha Mais Mulheres na Política, que busca garantir 30% das vagas na Casas legislativas para as mulheres. Ao apresentar o  trabalho e o funcionamento da Procuradoria, a senadora defendeu o avanço do combate à exclusão de gênero e destacou a razão pela qual a campanha deve ser feita em todo o país.

- É justamente para que cada estado e cada cidade tome consciência da importância do que será votado em Brasília, que é a reforma política - explicou  Grazziotin.

A senadora defendeu o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas, como forma de estancar a corrupção na vida pública e atacou o chamado "distritão". Neste sistema, o quoeficiente eleitoral deixaria de existir, e as votações para deputados e vereadores não seriam mais proporcionais, e sem majoritárias. Assim, apenas os mais votados em cada estado ou município seriam eleitos, e a "sobra" dos votos individuais não iriam para outro candidato. 

- Se o 'distritão' for aprovado, o sistema, que já é ruim, será ainda pior, pois a política será personalizada, em vez de ser programática - advertiu.

A audiência pública, que contou com a presença da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), foi proposta pelas deputadas estaduais Stela Farias (PT) e Manuela D'Ávila (PCdoB). A deputada Silvana Covatti (PP) abriu o encontro, em nome da presidência da Assembleia Legislativa, e deu as boas vindas às parlamentares estaduais, aos representantes de secretarias de estado e às entidades da sociedade civil.

A deputada Manuela D'Ávila atacou a  proposta de reforma política que deve ser apreciada e votada ainda nesta semana em Brasília. Para a parlamentar, é necessário acabar com o financiamento privado das campanhas políticas, justamente por estarem na raiz da corrupção. Ela também protestou contra o "distritão".

- Nós, mulheres, desapareceremos da política com a aprovação do distritão. Nós, mulheres e todos aqueles que representam opiniões - alertou.

Já deputada federal Maria do Rosário argumentou que a ampliação do espaço das mulheres no Legislativo será  uma alternativa eficaz de se estabelecer uma nova ética e um novo olhar para a vida pública brasileira.

- A reforma política que o Brasil precisa deve possuir o olhar de gênero tornando a política brasileira em algo mais democrático - disse.

Apoio

Deputadas estaduais do Rio Grande do Sul como Miriam Marroni (PT) lamentaram que Brasil esteja vivendo um período de retrocessos e sugeriram que a bandeira de luta na reforma política seja o fim do financiamento privado de campanha. Zilá Breitenbach (PSDB) criticou a reforma política sem que as mulheres tenham sido ouvidas.

- A reforma dificultará ainda mais a ocupação dos espaços de poder por parte das mulheres - disse ela.

Para Any Ortiz (PPS), ser mulher e ser mãe não exclui a ideia de ser política.

- Defendo a unidade das mulheres na luta pela conquista de mais espaços na vida pública e que esta luta esteja acima das bandeiras partidárias - disse.

Já Liziane Bayer (PSB) salientou que “no Brasil ainda subsistam uma série de preconceitos que precisam ser vencidos, como a [necessidade de assegurar] maior presença de negros e negras nos espaços de poder".

Para a vereadora de Porto Alegre Jussara Cony (PCdoB), é necessário continuar a luta para a construção de uma sociedade de iguais.

- É o momento de reforçar os partidos políticos com a participação das mulheres - defendeu a parlamentar.

(Assessoria de Imprensa da Procuradoria da Mulher do Senado)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)