Blairo Maggi defende Bolsa Família e alerta para número elevado de seguros-desemprego
Da Redação | 28/11/2014, 13h49
Ao defender o Programa Bolsa Família em Plenário nesta sexta-feira (28), o senador Blairo Maggi (PR-MT) lamentou a desinformação e "boatos sem fundamento" que circularam sobre o assunto, durante o período eleitoral, pelas redes sociais.
Ele disse que não estava na tribuna para criticar ou defender o governo, mas destacou que o benefício social já tirou milhões de brasileiros da pobreza e ajuda a manter pelo menos 16 milhões de crianças na escola:
— Não é verdade que o Bolsa Família está produzindo uma geração de vagabundos, como muitos querem dizer. Na verdade, é o oposto, pois dá oportunidade às famílias de darem a seus filhos condições para um futuro melhor — opinou.
Segundo o senador, não é verdade que o programa incentive os pobres a terem mais filhos, visto que a taxa de natalidade no país vem caindo em todas as classes sociais. Além disso, acrescentou o parlamentar, o sistema tem "uma porta de saída", pois 1,7 milhão de famílias já deixaram voluntariamente de receber o benefício.
Seguro-desemprego
Conforme o parlamentar, outro erro repetido nas redes sociais diz respeito aos custos da iniciativa. Ao apresentar números sobre o programa, ele lembrou que, em outubro deste ano, quase 14 milhões de famílias foram beneficiadas, a um custo de R$ 2 bilhões, o equivalente a 0,5% do produto interno bruto (PIB). Um valor baixo, como observou, levando-se em conta os benefícios trazidos à população de baixa renda.
— Não se pode dizer que o programa é um mal para o Brasil; pelo contrário, traz oportunidades para as pessoas. Volto a afirmar que é barato, se levarmos em conta os benefícios — disse.
Blairo Maggi afirmou que o seguro-desemprego representa um custo muito maior para os cofres públicos: cerca de R$ 45,5 bilhões por ano, para 69 milhões de beneficiários. Ele chamou a atenção do governo para o alto número de pessoas recebendo dinheiro numa época em que a taxa de desemprego é muito baixa.
— Não sou contra o seguro-desemprego, até porque, em determinados momentos, as pessoas saem do mercado e precisam de fato ser amparadas pelo Estado, mas existe malandragem no meio e deve ser combatida. Num país que está vivendo em pleno emprego, como pode haver 69 milhões de pessoas recebendo o seguro? — questionou.
O seguro-desemprego é uma assistência financeira temporária paga ao trabalhador dispensado sem justa causa. O valor considera a média dos salários dos últimos três meses anteriores à dispensa e varia de R$ 724 a R$ 1.304, conforme a faixa salarial do trabalhador.
Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que o Bolsa Família deve ser uma política de Estado e não pode depender de governos. Por isso, disse ela, não adianta mais "fazer terrorismo" quanto à possibilidade de extinção do benefício.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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