Jornalistas do Senado participam do Dia Mundial sem Carro

Da Redação | 22/09/2014, 10h41

Nesta segunda-feira (22) comemora-se o Dia Mundial sem Carro. A data, que é um convite para que as pessoas deixem os automóveis na garagem e busquem outras formas de transporte, foi tema de edição especial do programa Conexão Senado, da Rádio Senado.

Jornalistas percorreram diferentes trajetos de casa até o trabalho, na Praça dos Três Poderes, região central de Brasília, usando ônibus, metrô e bicicleta. O repórter Rodrigo Resende fez o trajeto de sua casa, em Águas Claras, a cerca de 20 km do Congresso Nacional, combinando metrô e caminhada. Ele saiu de casa às 7h50 e levou 50 minutos para chegar ao Senado. O percurso foi registrado pelo repórter fotográfico da Agência Senado Leopoldo Silva.

- A movimentação na estação de metrô já era bastante intensa pela manhã. Mais de 140 mil pessoas usam o transporte diariamente de segunda a sexta-feira no Distrito Federal, que atende cidades satélites como  Águas Claras, Taguatinga e Guará – observou Resende, que depois de chegar à estação central do metrô percorreu a pé 2 km até a Praça dos Três Poderes.

O jornalista Ivan Godoy também deixou o carro na garagem nesta segunda-feira. Ele utilizou o ônibus para percorrer os 5 km de sua residência, na Asa Sul, até a área central da cidade. Segundo Godoy, a viagem foi tranquila e rápida. De acordo com ele, o ônibus não demorou a passar e seguiu quase vazio.

- Não posso falar por quem vive nas cidades satélites, que são áreas mais afastadas, mas na Asa Sul, que é uma área bem próxima da Esplanada de Ministérios, é uma opção vir de ônibus. Precisamos mudar a ideia de que carro representa status – disse Godoy, que chegou à parada por volta de 7h45 e 10 minutos depois já descia no ponto próximo ao Senado.

Bicicleta

Já o repórter Roberto Fragoso optou por percorrer os 7,5 km até o Palácio do Congresso Nacional nas bicicletas do Bike Brasília, serviço de empréstimo existente em várias cidades. Ele, porém, teve de andar mais de 2 km até a estação para retirada da bicicleta mais próxima de sua residência, no Sudoeste.

- A dificuldade é que o Bike Brasília ainda está em fase experimental. Portanto, ainda não tempos muitas estações em áreas residenciais – assinalou Fragoso, que apesar disso considerou a experiência positiva.

Outro que utilizou bicicleta foi o repórter Bruno Lourenço. Ele mora a 5 km do Senado e costuma usar esse tipo de transporte com frequência para se deslocar até o trabalho - uma viagem de cerca de 25 minutos.

- Hoje fiz um pequeno desvio no trajeto para encontrar colegas do Senado no Museu da República. Recomendo a todos experimentar. Quem for de bike para o trabalho não vai se arrepender – disse Lourenço, lembrando que a maior parte dos brasileiros, por opção ou não, experimenta o Dia Mundial sem Carros diariamente.

A repórter Lucyenne Landim, que também mora em Brasília, encarou o trânsito de São Paulo, considerado o mais complicado do país, e apresentou suas primeiras impressões sobre as alternativas de mobilidade urbana da cidade. Ela chegou à capital paulista no sábado e ficou impressionada com a infraestrutura do metrô local. Segundo Lucyenne, logo no início da manhã de segunda-feira já é possível notar a diferença na movimentação de pessoas em relação ao fim de semana.

- Cheguei no sábado. No fim de semana, o metrô não tem tanto movimento. Também não peguei tanto movimento de carros. Hoje o movimento aumentou – relatou.

Projeto

Durante o programa, o repórter Adriano Faria entrevistou o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), autor de projeto que garante isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a bicicletas e suas peças (PLS 166/2009). Segundo o senador, a proposta,  que reduziria em cerca de 10% o valor final da bicicleta, esbarra na pressão de fabricantes da Zona Franca de Manaus, que já usufruem de isenção.

- Temos com obstrução a esse projeto uma argumentação bizarra: temos uma fábrica em Manaus. Será que a população de Manaus não vai compreender que a população do país está impedida de ter isenção tributária? – questionou o senador.

Dia Mundial

O Dia Mundial sem Carro surgiu na Europa em 1997 e marca o encerramento da Semana da Mobilidade. Um dos objetivos da campanha é estimular a reflexão sobre os problemas causados pelo número crescente de automóveis nas ruas e incentivar as pessoas a experimentar formas alternativas de deslocamento. Várias cidades do Brasil e do mundo programaram atividades especiais, como passeios ciclísticos, caminhadas e gincanas.

A mobilidade urbana vem ganhando prioridade na agenda política, inclusive no Senado que, além de aprovar projetos voltados para a redução do preço da tarifa de transportes coletivo urbano, realizou audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), para discutir como melhorar o trânsito de pessoas nas grandes cidades. As ideias trazidas pelos especialistas e os projetos em discussão na Casa foram reunidos em uma das edições da revista Em Discussão!, publicação do Jornal do Senado. Acesse aqui.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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