Sessão para ouvir Paulo Roberto pode ser parcialmente aberta, diz Vital

Da Redação | 16/09/2014, 10h49

O presidente da CPI mista da Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), não descarta a possibilidade de a sessão para ouvir o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa ser fechada ao público e à imprensa. A intenção é fazer que o executivo evite o silêncio, já que tem o direito constitucional de ficar calado para não produzir provas contra si. O depoimento está marcado para 14h30 desta quarta-feira (16).

- A sessão vai começar aberta e, no seu curso, pode se transformar numa sessão secreta mediante a provocação dos parlamentares e acordo com o depoente – explicou o presidente, em entrevista à TV Senado.

Ainda segundo Vital do Rêgo, o possível silêncio de Paulo Roberto é estratégia da defesa e precisa ser respeitado:

- A permanência dele em silêncio é uma estratégia da defesa. Ele tem garantia constitucional de não se incriminar. Nós vamos provocar para que ele tenha com a CPI a  mesma colaboração que está tendo com o Ministério Público e com a Polícia Federal - afirmou.

Regras

Esquema especial de segurança está sendo montado para o depoimento do ex-diretor, que será ouvido no Plenário 2 da Ala Nilo Coelho, onde só será permitida a presença de 60 pessoas.

Quem ficar de fora vai poder acompanhar a audiência em telões instalados em outras três salas. Uma delas será exclusiva para jornalistas e as outras duas para o público em geral.

O acesso à Ala Nilo Coelho vai ser controlado pela Polícia do Senado e será restrito a servidores, senadores, deputados e à imprensa credenciada. Cada parlamentar poderá contar com um assessor parlamentar.

CPI do Senado

Este será o segundo depoimento de Paulo Roberto Costa no Congresso. Em junho, antes da delação premiada, ele esteve na CPI do Senado e negou a participação em desvios de dinheiro da Petrobras. Ele se disse injustiçado, acusou a imprensa de “publicar dados sem fundamento” e disse que não sabia que Alberto Youssef era doleiro.

À CPI, Paulo Roberto Costa admitiu também que, embora não tivesse formalizado um contrato, prestou um serviço de consultoria ao doleiro e recebeu como pagamento um carro no valor de R$ 250 mil, mais R$ 50 mil pela blindagem.

No dia seguinte do depoimento aos senadores, o ex-diretor da Petrobras foi novamente preso, depois que o Ministério Público descobriu que ele mantinha US$ 23 milhões em contas no exterior.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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