Simon exalta legado de Eduardo Campos e pede fim do 'toma-lá-dá-cá' por apoio do Congresso

Da Redação e Da Rádio Senado | 21/08/2014, 16h15

 

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) prestou homenagem a Eduardo Campos, candidato a Presidência da República pelo PSB, morto em acidente de avião no último dia 13, e manifestou esperança de que as relações do Congresso Nacional com o Poder Executivo deixem de se pautar pelo "toma lá dá cá".

Em discurso em Plenário, nesta quinta-feira (21), Simon exaltou a trajetória de Eduardo Campos, sua luta política desde a juventude e seu legado para o país. E elogiou a candidatura de Marina Silva, que foi oficializada como cabeça de chapa do PSB. A seu ver, Marina, por sua postura política, tem condições de desenvolver uma nova relação com o Legislativo, pautada no debate de idéias em torno do que seria melhor para o Brasil, justamente por não contar com uma estrutura partidária forte.

- Não é pedido, não é exigência, não é isso, não é aquilo. É o Brasil, é o interesse do Brasil, do seu povo e da sociedade - disse o senador, referindo-se à carta do PSB endereçada a Marina Silva, pouco antes de lançar sua candidatura à Presidência.

Simon relebrou o episódio da aprovação do Plano Real, em 1994, durante o governo de Itamar Franco, quando, como senador, exercia a função de líder do governo no Congresso.

- Naquele momento, não houve troca de favores, não houve toma-lá-dá-cá, houve um debate franco de idéias no Congresso. E o Plano Real foi aprovado e estabilizou a economia do país - disse Simon, ressaltando que é possível governar sem comprar apoio de parlamentares.

Para Simon, a frase de Eduardo Campos - "não podemos desistir do Brasil" - dita um dia antes de sua morte, que tem sido repetida por todos os candidatos à Presidência da República, precisa marcar um compromisso com um novo modo de governar, sem compra de apoio para os projetos de interesse do Executivo ou para barrar investigações parlamentares por meio de troca de favores, cargos e outras facilidades.

- O Brasil não pode continuar como está. Nós estamos chegando ao final de um estágio de fazer política que não tem como continuar. Ganhe quem ganhar, venha quem vier vai ter que entender, 'o é dando que se recebe' e o 'toma-lá-dá-cá' não podem servir de padrão para o novo governo. Porque se hoje temos 30 partidos e 40 ministérios, com mais quatro anos, nós vamos para 50 partidos e 80 ministérios! Não dá mais!

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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