Entidade vê abuso em retirada preventiva de mama no país

simone-franco | 22/05/2014, 14h05

A presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), a mastologista Maira Caleffi, confirmou o crescimento no Brasil do número de pacientes com câncer de mama que têm retirado as duas mamas, e não apenas aquela afetada pela doença. O fato foi revelado, nesta quinta-feira (22), durante audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sobre o primeiro ano de vigência da Lei nº 12.732/2012, que regula o início do tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

— Cientificamente, não está comprovado que melhora a sobrevida do paciente tirar as duas mamas. Está havendo abuso dos profissionais de saúde em indicar paciente fragilizada para este procedimento – denunciou Maira.

A mastologista considerou, entretanto, a possibilidade de a mastectomia bilateral ser recomendada caso a paciente tenha um histórico familiar de câncer de mama. Esta hipótese se encaixa no caso da atriz Angelina Jolie, que decidiu retirar preventivamente as duas mamas depois de confirmar, por exame genético, chances elevadas de desenvolver a doença.

— Angelina Jolie tinha um gen marcado e decidiu fazer a mutilação porque já tinha duas ou três gerações comprometidas pela doença — comentou Maira, acrescentando que a testagem genética, fundamental para a comprovação deste risco, ainda não está disponível para pacientes do SUS.

Quem questionou a conveniência da mastectomia bilateral preventiva e o eventual aumento de sua prática no país foi a senadora Ana Amélia, que solicitou a realização do debate na CAS.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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