CDH do Senado acompanha no Rio investigações da morte do coronel Malhães

Da Redação | 05/05/2014, 11h55

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza nesta terça-feira (6) diligências no Rio de Janeiro para acompanhar as investigações sobre a morte do coronel Paulo Malhães. Os senadores estarão às 8h30 na Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, dirigindo-se depois para a Polícia.

Lá, às 11h, os integrantes da CDH se encontrarão com o chefe da Polícia Civil, Fernando da Silva Veloso, e com o delegado que investiga o caso, Pedro Medina. Ainda está sujeita a confirmação uma reunião, às 14h, com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

As diligências serão feitas pelos senadores Ana Rita (PT-ES), presidente da CDH; João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), respectivamente, presidente e vice-presidente da Subcomissão Permanente da Memória, Verdade e Justiça.

A ida ao Rio de Janeiro foi aprovada na última terça-feira (29), por requerimento do senador Randolfe.

Os três senadores que irão ao Rio estiveram, na noite da última terça-feira, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

— O ministro afirmou que a Polícia Federal acompanha de perto o caso e que ele próprio já havia conversado com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Também considerou importante a ida da CDH ao Rio de Janeiro — disse Ana Rita.

Para o senador Randolfe Rodrigues, a morte do coronel Malhães logo após seu depoimento à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro deve ser cuidadosamente investigada, “já que a hipótese de latrocínio parece pouco plausível uma vez que a vítima se encontrava com a saúde debilitada e pouca ou nenhuma resistência poderia oferecer ao assalto”.

Ustra

Segundo o senador João Capiberibe, a morte de Malhães atrapalha o trabalho de comissões da verdade que apuram os crimes cometidos durante a ditadura militar, já que poderá "tolher a participação de outros pretensos depoentes, que certamente devem estar temerosos com esse episódio".

- O coronel Malhães não era um cidadão comum e esse crime levanta, no mínimo, digamos, algumas suspeitas que precisam ser investigadas. Na verdade a expectativa que nós temos é de que se aprofundem as investigações para chegar à motivação do crime. É importantíssimo que a CDH acompanhe e que exija o aprofundamento e resultados concretos pois ainda pairam muitas dúvidas - disse Capiberibe, lembrando que antes de a imprensa publicar qualquer coisa sobre o crime, o site Verdade Sufocada, vinculado ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o Doi-Codi de São Paulo à época da ditadura, deu a notícia sobre a morte do coronel Paulo Malhães.

O senador salientou ainda que os assassinos teriam passado dez horas no sítio do coronel assassinado.

- Um ladrão comum trata de fugir do local do crime logo que ele tenha concretizado a sua vontade. Esses assassinos usavam luvas plásticas... Enfim, existe uma série de dados que a gente precisa de informação para poder pressionar cada vez mais para que a investigação avance - declarou Capiberibe.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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