Obras para a Copa do Mundo estarão em debate nesta terça

Da Redação | 10/03/2014, 19h55

A situação das obras para a Copa do Mundo estará em debate nesta terça-feira (11), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A audiência pública interativa está marcada para as 10h e vai contar com a presença do presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), José Roberto Bernasconi; do pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Lamartine Pereira da Costa; e do jornalista e diretor do Portal da Copa 2014, Rodrigo Magalhães Prada.

Representantes do Tribunal de Contas da União (TCU) também estarão presentes no debate, para mostrar relatórios sobre a situação de obras em estádios, estradas e aeroportos. A audiência pública também vai contar com a participação popular, por meio dos canais de comunicação do Senado.

Segundo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o Brasil ainda tem desafios a serem superados na contagem regressiva até o pontapé inicial do evento, marcado para 12 de junho, quando a seleção brasileira entra em campo contra a Croácia, no estádio do Itaquerão, em São Paulo. Na visão do senador, um dos que assinaram o requerimento da audiência, a situação não é boa.

- Obras atrasadas, acidentes em estádios da Copa do Mundo, confusão nos aeroportos, infraestrutura precária, caos na segurança pública e na saúde. Todas essas áreas têm importância fundamental na realização de um evento mundial como a Copa do Mundo – disse o senador.

Infraestrutura

O Brasil foi escolhido para a Copa de 2014 em outubro de 2007. No entanto, a menos de cem dias da partida inaugural, muitas obras ainda não foram entregues. Assim, as manifestações de preocupação sobre o ritmo das obras de preparação para a Copa têm sido recorrentes.

No final de janeiro, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, comparou a preparação brasileira com a sul-africana, para a Copa de 2010. Em entrevista à revista France Football, Blatter disse que a preparação do Brasil está mais atrasada que a dos africanos em relação ao mesmo período. Blatter disse, porém, não ter dúvida de “que um país de 200 milhões de habitantes organizará um grande mundial de futebol".

As reformas e obras de ampliação em aeroportos também registram atraso e levantam preocupação. Apenas 85% das obras do de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), devem ser entregues até a Copa. Em Brasília, a reforma do aeroporto Juscelino Kubitschek, que inclui as vias de acesso, deve ser entregue em maio, apenas um mês antes da Copa. Outros aeroportos devem ter obras provisórias, os chamados “puxadinhos”.

Estádios

O custo e a qualidade de alguns estádios construídos para a Copa também têm recebido críticas. O estádio Arena da Amazônia, em Manaus (AM), recebeu no domingo (9) seu primeiro evento-teste. A partida entre Remo e Nacional terminou empatada em 2x2. Apesar do público de apenas 20 mil pessoas – o estado tem capacidade para 42 mil expectadores – houve reclamações sobre acessibilidade, transporte e estacionamento.

O estádio Mané Garrincha, em Brasília, tem sofrido críticas pelo custo, que ultrapassou R$ 1,4 bilhão, e pela estrutura – goteiras e dificuldades no acesso a internet. A Arena da Baixada, em Curitiba (PR), registra atraso em suas obras e chegou a sofrer o risco de ser excluída da Copa. No entanto, a Fifa confirmou que o estádio estará no evento.

Apesar de menos intensas que no ano passado, manifestações populares vêm criticando a realização da Copa no Brasil e pedem serviços públicos no padrão Fifa. Enquanto isso, o governo segue otimista e tem vendido o torneio como a melhor Copa de todos os tempos. Durante um encontro na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, há pouco mais de um mês, a presidente Dilma Rousseff garantiu o empenho do governo em obras de aeroportos, portos e estádios. O objetivo, segundo a presidente, é fazer a “copa das copas”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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