Piscicultores de Rondônia discutem formas de melhorar as condições de produção e comercialização

laercio-franzon | 29/11/2013, 20h20

Em audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), nesta sexta-feira (29), na cidade de Pimenta Bueno (RO), representantes de piscicultores reivindicaram a construção de um frigorífico para beneficiamento do pescado da região.

Na avaliação do presidente da Federação de Pescadores de Rondônia, Hélio Braga de Freitas, a construção de uma unidade de beneficiamento da produção de pirarucu e tambaqui de Pimenta Bueno é essencial para que os criadores tenham condições de entregar sua produção diretamente nos grandes centros consumidores, e obterem, assim, maiores ganhos.

Segundo Hélio Braga de Freitas, os preços pagos por quilo de peixe aos produtores são muito menores do que os cobrados dos consumidores nos supermercados da grandes cidades, em razão, sobretudo, da interferência de atravessadores, que ficam com grande parte da renda gerada na cadeia produtiva.

- Tem produtor em Pimenta Bueno vendendo o nosso peixe a R$ 3,50 o quilo. Nos grandes centros, como Curitiba, por exemplo, o quilo não sai por menos de R$ 22. Se não temos como colocar o produto onde tem consumidor, vamos produzir peixe para quê? - questionou Hélio Braga de Freitas.

No mesmo sentido, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que solicitou e presidiu a audiência pública, considerou a criação de uma indústria de transformação  como o grande desafio para que a cadeia produtiva de pescado de seu estado possa se desenvolver satisfatoriamente.

Segundo ele, para que a comercialização possa ser feita diretamente por um frigorífico dos próprios produtores de Pimenta Bueno, é necessário também que se tenha uma rede de rodovias em boas condições, a fim de que o peixe da região possa chegar com regularidade e qualidade aos locais de consumo.

Falando sobre os problemas na implementação do Plano Safra da Pesca e Aqüicultura - o tema da audiência pública -, o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) de Rondônia, Genair Capelini, considerou a dificuldade na elaboração de projetos conforme os padrões exigidos pelos bancos um dos maiores entraves para a obtenção de crédito por agricultores familiares interessados em financiar suas criações de peixes.

De acordo com Capelini, a demanda dos piscicultores de Pimenta Bueno de construção de um frigorífico poderia ser financiada com  recursos de até R$ 35 milhões do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), bastando para isso que os interessados providenciassem a documentação necessária.

Já o presidente da Federação dos Pescadores do Pará, Orlando Lobato, criticou a baixa taxa de execução do Plano Safra da Pesca e Aqüicultura, que em sua opinião “ainda não saiu do papel”.  Como forma de impulsionar o desenvolvimento da cadeia da piscicultura na região de Pimenta Bueno, ele sugeriu a criação de uma câmara técnica permanente, na qual os principais problemas do setor possam ser discutidos e equacionados com agilidade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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