Aprovados embaixadores para Sérvia, Chipre e Kuwait

Marcos Magalhães | 31/10/2013, 14h30

Aprovados nesta quinta-feira (31) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), os embaixadores designados para representar o Brasil junto à Sérvia, ao Chipre e ao Kuwait ressaltaram os processos de transição política experimentados por cada um desses países e as oportunidades que poderão surgir no futuro próximo para as relações bilaterais com o Brasil. As mensagens presidenciais contendo as indicações serão ainda submetidas ao Plenário.

Indicado para representar o Brasil junto à República da Sérvia e, cumulativamente, junto a Montenegro, o ministro de primeira classe Sérgio Luiz Canaes – cuja indicação teve como relator o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) – informou, em sua exposição, que começa em janeiro de 2014 o processo de negociação para a adesão da Sérvia à União Europeia, em um processo que deve levar à integração plena desse país em 2020. Segundo o diplomata, a adesão deverá significar estímulo à economia sérvia, ainda sob forte influência estatal, como observou.

Mais da metade das exportações da Sérvia – país que conta com desemprego de 25% e inflação de 11% – já se dirigem a outros países europeus. E o governo de Belgrado tem se empenhado, como informou o embaixador, em aproximar-se dos países que integram os Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Se com a Rússia a Sérvia tem relações tradicionais, com o Brasil as relações, apesar de cordiais, ainda são modestas em termos econômicos. O intercâmbio bilateral foi de apenas US$ 25 milhões no ano passado.

– Nossas exportações têm sido principalmente de carnes e café. Algumas das possibilidades que podemos explorar estão no plano de investimento em infraestrutura, de 22 bilhões de euros até 2027, no agronegócio e na exportação de aviões – previu.

Chipre

O embaixador designado para representar o Brasil junto à República do Chipre, Appio Claudio Muniz Acquarone Filho, cujo relator ad hoc foi o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), informou que está a caminho uma nova rodada de negociações políticas entre as duas principais comunidades do país – os greco-cipriotas e os turco-cipriotas. O Chipre já entrou para a União Europeia, em 2004, mas ainda não conseguiu promover um acordo definitivo entre os dois principais grupos étnicos do país.

Um plano elaborado pela Organização das Nações Unidas, baseado no modelo da confederação da Suíça, foi rejeitado em referendo no mesmo ano, pela população de origem grega. Segundo o diplomata, agora existem sinais de boa vontade de todos os grupos envolvidos, aí incluídos os governos da Grécia e da Turquia.

– A situação política do Chipre nunca esteve tão próxima de uma resolução como hoje. Há muita coisa a fazer ali, e seria bom que o Brasil estivesse presente em todo esse processo – disse Acquarone.

Kuaite

Indicado como novo embaixador no Kuaite e, cumulativamente, junto ao Reino do Bareine, o ministro de primeira classe Antonio Carlos do Nascimento Pedro – cuja indicação teve como relator o senador Delcidio do Amaral (PT-MS) – disse que o Kuaite está atravessando um período de transição. A família real que domina o país há quase 200 anos, observou, tem feito gestos de abertura nas áreas social e política.

Nesse momento de transição, acrescentou o diplomata, os grandes projetos de desenvolvimento do Kuaite têm permanecido paralisados.

– Existem grandes oportunidades para o Brasil, mas neste momento a tônica principal é a política. Uma recente missão brasileira levantou oportunidades em megaprojetos, inclusive de criação de um hub de aviação, nos agronegócios, em produtos manufaturados e na moda. O Kuaite é uma porta de entrada importante para a região – observou.

Durante o debate, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a necessidade de distribuir melhor à população a renda obtida em países grandes produtores de petróleo, como o Kuaite. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) defendeu a promoção de exportações, nos três países, de softwares desenvolvidos por empresas brasileiras. A reunião foi presidida pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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