Seminário no Senado aponta caminhos para a inovação

Da Redação | 24/10/2013, 15h40

“A Ciência no futuro da saúde e dos esportes” foi o tema do seminário “Caminhos para a Inovação” realizado nesta quinta-feira (24) pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), no propósito de discutir meios de fazer o país avançar tecnologicamente. Entre os parlamentares e representantes da comunidade científica reunidos no encontro, todos concordaram que o investimento em inovação é fundamental para aumentar a competitividade do país.

Mas eles apontaram as deficiências do planejamento no setor, como a escassez de recursos e de estratégicas de longo prazo. Durante o debate, cientistas, especialistas e atletas disseram que um dos possíveis legados para o país com a organização de mega-eventos esportivos é o fortalecimento das políticas de incentivo científico e tecnológico no campo dos esportes e da saúde. Também destacaram a melhoria da qualidade de vida da população.

Integração

Um dos participantes foi o físico Marcelo Gleiser, da Dartmouth University, nos Estados Unidos, que concordou com os demais expositores e lembrou que um dos grandes problemas no Brasil é a ausência da integração das universidades com o setor privado.

- O Brasil é uma nação que se baseia excessivamente na agropecuária e na mineração. Então, isso a gente sabe fazer muito bem. Mas na hora de inovação tecnológica, novos materiais, novas ligas, nanotecnologia, a tecnologia de informação, a gente ainda está simplesmente importando isso tudo. Então, você tem que criar toda uma nova mentalidade, uma nova aliança, por exemplo, entre a empresa e a universidade. Porque aqui no Brasil o que existe de inovação está vindo principalmente das universidades, e lá fora é exatamente o contrário, você tem as empresas que se aliam às universidades – afirmou Marcelo Gleiser.

Financiamento

Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o Congresso Nacional também precisa fazer sua parte, incrementando as políticas de financiamento.

- Nós temos que ter recursos regulares para o financiamento da inovação. Nós retrocedemos no sentido de que, nas últimas leis de diretrizes orçamentárias, tínhamos a proibição de contingenciamento dos recursos de ciência e tecnologia e, de dois, três anos pra cá, isso foi modificado e tem reduzido os recursos de investimentos – disse Rollemberg.

Para o senador Walter Pinheiro (PT-BA), além de propor leis,  é fundamental manter a cultura de apoio aos setores de inovação tecnológica.

- A lei pode ser até rasgada. A cultura é mais difícil, já que o que se consagra na letra da lei nem sempre se consagra na realidade do dia a dia do cidadão - disse.

O senador baiano disse que o momento é decisivo em relação à inovação e a ciência e tecnologia, áreas que ele entende serem base para o desenvolvimento social, para o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento de uma Nação.

Esporte

Os participantes do seminário discutiram as contribuições práticas da ciência para o desenvolvimento social. Um dos temas abordados foi o uso da tecnologia nos esportes de alto rendimento.  Desde equipamentos de última geração até novas técnicas de treinamento, todas as inovações que permitem melhores resultados nas diferentes modalidades esportivas dependem da pesquisa científica. Conforme observaram, muitas vezes, nem o público nem os atletas percebem que a ciência caminha ao lado do esporte.

Os atletas e estudiosos do esporte reconheceram que o Brasil já domina as melhorias tecnologias. Mas afirmaram que falta mais diálogo entre as universidades e as organizações ligadas ao esporte.

Da Rádio Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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