Aloysio Nunes critica resultado do leilão do Campo de Libra

Da Redação | 21/10/2013, 19h55

Em pronunciamento nesta segunda-feira (21), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) classificou o leilão do Campo de Libra como um "furo n'água" ao contrastar as previsões otimistas do governo com o baixo interesse das empresas pela exploração do petróleo do pré-sal. Para o parlamentar, o governo teria sido levado por interesses de curto prazo, e as regras instáveis afastaram investidores.

- Uma mudança das regras do jogo em que nós estávamos ganhando e o resultado é a incerteza. E dinheiro de empresa forte não entra no cenário de incerteza. É preciso um mínimo de clareza no funcionamento das regras para que uma empresa de grande porte possa entrar - declarou o senador.

Aloysio Nunes lembrou que o governo previa uma "disputa a tapas" pela reserva de petróleo, mas, das 40 empresas esperadas, apresentaram-se 11, e um único consórcio - formado pela Petrobras, as estatais chinesas CNOOC e CNPC, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total - arrematou o Campo de Libra pelo preço mínimo. Segundo o senador, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, previu a circunstância quando declarou que “ainda que apareça um único consórcio, nós faremos o leilão.”

- Foi o que aconteceu, infelizmente - lamentou.

Aloysio Nunes - que destacou o interesse do governo em usar a arrecadação do leilão para apresentar um superávit primário "menos ruim" - lembrou que o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli tinha chamado a atenção para o risco de fazer o leilão numa situação de pouco interesse por parte das empresas. O senador manifestou dúvidas sobre a relação entre o desânimo dos investidores e as denúncias de que a Petrobras teria sido alvo de espionagem internacional.

- Não precisava uma empresa americana contratar um espião para vir catar aqui os dados que ela poderia obter legitimamente e depois dispor de um material que não poderia utilizar. Eu penso que houve um problema sério na mudança das regras que regiam a participação de empresas públicas ou privadas na exploração do petróleo - avaliou.

Aloysio ainda questionou a capacidade da Petrobras de participar de 30% da exploração do Campo de Libra. Para o senador, a Petrobras se transformou em "instrumento de política econômica", o que teria levado a empresa a acumular dívidas elevadas e a perder grande parte de seu valor patrimonial nos últimos anos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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