Senadores esperam bom desempenho do Brasil em torneio de educação profissional

djalba-lima | 17/10/2013, 15h50

Os presidentes das comissões de Desenvolvimento Regional (CDR) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), respectivamente Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Cyro Miranda (PSDB-GO), manifestaram sua confiança no desempenho dos estudantes brasileiros no WorldSkills de 2015, no Brasil. A importância da realização em São Paulo desse torneio internacional de educação profissional, promovido pela International Vocation Training Organization (IVTO) a cada dois anos, foi debatida em audiência pública conjunta de três comissões do Senado.

Primeiro país da América Latina a sediar o evento, o Brasil apresentou bom desempenho no último WorldSkills, realizado em Leipzig, na Alemanha, no período de 2 a 7 de julho deste ano. Como informou o diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, o país ficou em quinto lugar no ranking – os competidores brasileiros receberam 12 medalhas e 15 certificados de excelência.

O evento acabou se transformando em um debate sobre a educação profissional no Brasil. Pesquisa da CNI revelou, neste ano, que a educação, com 7,08 pontos, é o principal fator de competividade, na visão dos empresários. Superou inclusive temas que sempre constaram das preocupação dos empresários, como tributação (6,60 pontos) e infraestrutura (6).

No Ranking Global de Competitividade, o Brasil ficou na 56ª colocação entre 148 países, perdendo oito posições em relação a 2012/2013 (48ª). Como explicou Luchesi, regrediu em 11 dos 12 pilares do índice de competitividade.

Desafio

Para melhorar sua posição competitiva, o desafio extraordinário do Brasil, na avaliação do senador Armando Monteiro (PTB-PE), é elevar a produtividade do trabalho. Segundo ele, há um descompasso entre a evolução dos custos do trabalho e os ganhos de produtividade, gerando pressões inflacionárias e reduzindo os investimentos.

Um fator determinante da elevação da produtividade, conforme entendimento do parlamentar pernambucano, é qualificar melhor os trabalhadores, já que uma pesquisa recente constatou que um quinto da força de trabalho da indústria não completou o ensino fundamental e metade não terminou o ensino médio.

Na presidência da reunião, Valadares disse que o Brasil precisa avançar muito na inclusão dos jovens no ensino profissional, porque atualmente apenas 6,6% deles estão matriculados em cursos nessa área.

– O percentual é muito inferior à média dos países industrializados, onde, conforme dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 35% dos jovens optam por educação profissional. Na Alemanha e na Finlândia, cerca de 50% dos jovens fazem cursos técnicos e, na França, 58%.

Demanda

Valadares citou dados do Mapa do Trabalho Industrial, segundo o qual, entre 2012 e 2015, a indústria brasileira precisaria de 7,2 milhões de profissionais com formação técnica e profissionalizante. Segundo o parlamentar, a demanda está distribuída em 177 ocupações diferentes, em setores como indústria de alimentos, têxtil, automotiva, construção civil e eletrônica, entre outras.

Antonio Carlos Valadares citou também estudo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostrando que, um ano após obterem o diploma, os trabalhadores de nível técnico formados na instituição conseguem aumentar sua renda em 24%.

O presidente da CNI, Robson Andrade, disse que os alunos brasileiros têm brilhado nesses concursos internacionais, "confirmando a elevada competitividade dos jovens formados pelo Senai".

– Nos torneios internacionais de formação profissional, o país ficou duas vezes em segundo lugar e uma vez em terceiro. Nos últimos sete anos, o Brasil e o Senai se classificaram sempre entre os cinco melhores do mundo.

Com esse resultado, segundo o presidente da CNI, é que o Brasil foi eleito por unanimidade para sediar o WorldSkills 2015, em São Paulo.

Participaram ainda da audiência pública o senador Sérgio Petecão (PSD-AC), autor do requerimento para que a reunião se realizasse em conjunto com a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), e representantes dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: