Especialistas afirmam que aviação regional depende de investimentos em infraestrutura

Soraya Mendanha | 30/09/2013, 21h05

Especialistas ligados a empresas privadas e instituições públicas do setor de aviação destacaram, nesta segunda-feira (30), durante debate na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), a importância do investimento em infraestrutura para o crescimento da aviação regional.

De acordo com Victor Celestino, diretor de Relações Institucionais da empresa Azul, não é somente a falta de infraestrutura aeroportuária que dificulta a ampliação dos serviços na aviação regional. O diretor explicou que a limitação da infraestrutura rodoviária, a inexistência de transporte ferroviário e o custo elevado na utilização do automóvel encarecem as viagens dos passageiros e restringem a demanda pelo serviço.

Victor Celestino destacou também a importância do investimento em aeronaves de pequeno porte, já que somente esse tipo de avião permite o acesso a aeroportos menores e a consequente ampliação da aviação regional. O diretor destacou que todos os 105 aeroportos nos quais a Azul opera necessitam de algum tipo de investimento, seja para aumento da capacidade, seja por questões regulatórias.

O Superintendente de Segurança Operacional da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Wagner William de Souza Moraes, explicou que, em termos de segurança operacional, a falta de infraestrutura pode gerar riscos. Ele citou a pavimentação adequada das pistas, a instalação de cerca patrimonial para evitar acesso de pessoas não autorizadas e a proteção do entorno do aeroporto como requisitos essenciais para a segurança nas operações de aeroportos regionais.

Representando o ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, o assessor Mário Rodrigues informou que o Programa de Investimentos em Logística promoverá a adequação de 270 aeroportos com uma previsão de gastos de R$ 7,3 bilhões. Segundo ele, serão adequados 67 aeroportos do Norte, 64 do Nordeste, 65 no Centro-Oeste e 43 na região Sul. Entre as mudanças realizadas, Mário Rodrigues destacou a implantação de novas pistas nos aeroportos e a reforma e ampliação de pistas já existentes.

Saneamento básico

O representante do Centro de Investigação e  Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Henrique Rubens de Oliveira, afirmou que a presença de aves nas proximidade dos aeroportos é um grande fator de risco de acidentes. Grande parte dos municípios lançam resíduos em lixões que atraem os animais em busca de alimentos.

Segundo ele, as aves já causaram vários acidentes e colocam em risco o tráfego aéreo, principalmente na aviação regional, que conta com aeronaves menores e, portanto, menos resistentes à colisão com animais.

O representante do Cenipa observou que o problema deve ser levado em consideração no planejamento da ampliação dos aeroportos.

- Com o aumento de tráfego aéreo a expectativa futuro é que o risco de fauna irá aumentar e em aeródromos regionais também. Estamos abrindo novas rotas aéreas, isso é importante para o pais, mas temos que tomar as medidas cautelares necessárias – destacou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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