Requião diz que decisão sobre voto aberto é delicada e merece debate mais aprofundado

Da Redação | 05/09/2013, 17h25

Em discurso nesta quinta-feira (5), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que a questão do voto aberto ou voto secreto no Parlamento é muito delicada e precisa ser analisada com profundidade pelos parlamentares.

- Há determinados momentos em que uma lúcida ideia libertária, em confronto com a realidade, se transforma exatamente no contrário daquilo que se pretende – disse.

Mesmo defendendo o voto aberto, Requião ponderou que, em alguns tipos de votação, o segredo do voto pode ser salutar. Na votação de indicados para compor tribunais superiores, exemplificou o senador, o voto de cada senador seria conhecido pelo indicado que, se aprovado, poderia vir a participar de julgamentos que envolvam parlamentares que votaram contra ou a favor de sua indicação.

- A questão do voto aberto ou do voto fechado é extraordinariamente delicada, e nós devíamos pensar um pouco mais profundamente nisso – observou.

No mesmo sentido, salientou Requião, a apreciação de vetos presidenciais pode ser influenciada se o voto for aberto, pois o governo saberá como votam os parlamentares da base governista.

Na interpretação do senador, o voto aberto “não é essa maravilha toda”  por ser “uma faca de dois gumes”. Requião explica: com o voto aberto, financiadores poderiam pressionar deputados ou senadores que receberam doações para suas campanhas para votar de acordo com seus interesses empresariais.

- A votação fechada, em determinadas circunstâncias, é a garantia do voto de consciência, o voto que escapa à pressão da mídia. A mídia pressionando o Congresso Nacional tem um poder impressionante. A pressão da mídia obedece a interesses muito claros. Se bem que é verdade que, em algumas votações programáticas, há necessidade absoluta do voto aberto, para saber se o cidadão que se elegeu com o ideário de um partido está seguindo esse ideário – acrescentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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