Passe Livre sai "insatisfeito" de encontro com Dilma e diz que " a luta continua"

Da Redação | 24/06/2013, 19h30

Os Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), que foram recebidos na tarde de hoje (24) pela presidente Dilma Rousseff, classificaram como positiva a abertura do diálogo entre o governo e os movimentos sociais, mas não saíram satisfeitos do encontro em razão da falta de medidas concretas. É o que informa a Agência Brasil, órgão noticioso do Poder Executivo.

O MPL foi um dos grupos organizadores das manifestações em São Paulo contra o aumento da tarifa do transporte público. A partir da mobilização do grupo, uma onda de protestos varre país há duas semanas incorporando outras bandeiras, como mais verbas para a saúde e a educação.

“Eles [governo] não mostraram nenhuma pauta concreta de fato para modificar a situação do transporte no país, que é de fato muito precária, como podemos ver pelas mobilizações que seguem firmes neste sentido", disse o estudante Marcelo Caio Nussenzweig Hotimsky, ao sair da reunião, conforme a Agência Brasil.

Apesar de decepcionado porque a presidente não deu resposta à reivindicação do transporte coletivo gratuito, Hotimsky gostou de saber que Dilma compreende o transporte público "como um direito, e não como um serviço". Segundo o estudante, ela se comprometeu a trabalhar pelo controle social dos gastos com os transportes, de modo que a população possa ajudar a fiscalizar o dinheiro público investido no setor. Esse controle está previsto na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 90/2011.

Os estudantes insistiram com a presidente na defesa da sua principal demanda, que é a tarifa zero no transporte público. Segundo eles, essa tem de ser uma decisão política do governo. “O transporte, assim como a saúde, a educação, é um direito e, portanto, não deveria ter tarifa, não deveria ser cobrado. Dissemos à presidenta justamente que existem diversas formas de subsidiar isso”, relatou Hotimsky.

Outra integrante do Movimento Passe Livre, Mayara Vivian observou que o convite para novo diálogo feito pela presidente não interfere na mobilização em curso. "O movimento é aberto [ao diálogo], mas sinalizamos que a luta não para, a luta por tarifa zero continua, sim, e o diálogo não anula este processo.”, afirmou Mayara.

Ela reforçou o argumento de Hotimsky quanto ao caráter político da eventual implantação da tarifa zero. “Se tem dinheiro para construir estádio, se tem dinheiro para a Copa do Mundo, tem dinheiro, sim, para tarifa zero. É uma urgência, uma medida emergencial.”, assinalou.

Segundo a Agência Brasil, a presidenta Dilma recebeu os integrantes do movimento antes de iniciar uma reunião com os governadores e prefeitos de capitais para debater propostas para atender às principais reivindicações apresentadas nos protestos que vêm ocorrendo em todo o Brasil.

Os ministros das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, também participaram da reunião. Segundo Ribeiro, a tarifa zero para o transporte público urbano precisa ser bem analisada.

Veja a matéria da Agência Brasil.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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