Jorge Viana cobra dos congressistas ações concretas perante manifestações populares: “não basta ficar discursando”

Da Redação | 24/06/2013, 16h35

Em discurso há pouco no Plenário, o senador Jorge Viana (PT-AC) cobrou dos senadores e deputados federais uma ação coesa e rápida para que o Congresso Nacional responda aos anseios da população brasileira.

Jorge Viana afirmou que já se passaram mais de dez dias desde que manifestações populares tomaram conta das ruas de mais de cem cidades brasileiras com reivindicações e cobranças diversas.

O senador sugeriu que os líderes partidários realizem uma reunião de emergência para definirem ações concretas do Parlamento perante as manifestações.

Para ele, um bom início seria a realização de “uma reforma política radical”, que reorganizasse os processos políticos nacionais. O senador deu como exemplos a instituição do financiamento público exclusivo de campanhas e a criação das chamadas candidaturas avulsas, quando um candidato pode apresentar-se ao eleitorado sem partido político.

Jorge Viana anunciou que a bancada do PT vai realizar reunião na terça-feira (25) para debater o atual momento do país.

O senador defendeu que o Senado defina rapidamente uma “nova agenda que atenda ao clamor das ruas”

- Nós precisamos definir o que vamos fazer não basta ficar discursando. Temos de dar satisfação à sociedade do ponto de vista do Senado e do Congresso. Vamos fechar os ouvidos diante do clamor das ruas? – disse.

Jorge Viana também sugeriu que os partidos se unam de maneira suprapartidária em bem do país e da população na busca de soluções para os problemas que vêm alimentando as manifestações.

- O Congresso está na zona de conforto. Dez dias depois do início das manifestações e ainda não fizemos nada – declarou.

Debate

Desde as 14h, quando foi iniciada a sessão plenária, os senadores se revezam na tribuna do Plenário para debater os protestos que em 15 dias já reuniram mais de um milhão de pessoas em mais de cem cidades. Os manifestantes têm exigido transporte público mais barato e de qualidade; mais investimentos em saúde e educação; e combate aos corruptos, entre outras reivindicações. Há também muitas críticas aos gastos com a Copa do Mundo.

Primeiro a falar, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu a aprovação de projeto que inclui, automaticamente, as declarações de imposto de renda dos detentores de mandato na malha fina da Receita Federal. A aprovação seria, na avaliação dele, uma sinalização positiva para a sociedade que se manifesta, entre outras bandeiras, por moralidade na política. A expectativa é que as análises sobre as manifestações dos últimos dias e as medidas concretas que o Legislativo pode adotar para satisfazer demandas sociais dominem os debates de hoje.

Pronunciaram-se também a senadora Ana Amélia (PMDB-RS) e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Como parte de seu discurso ele leu a carta aberta enviada pelo Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo à presidente da República, Dilma Rousseff. Os dirigentes do MPL estavam em audiência com Dilma no momento em que o senador do PSOL fez o seu pronunciamento.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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