Congresso deve atuar no combate à corrupção para atender vontade popular, diz Rollemberg

Da Redação | 21/06/2013, 12h20

O combate à corrupção é a principal reivindicação da população e o grande desafio do Congresso Nacional é interpretar as manifestações e efetivar uma agenda que responda à vontade popular. Essa é a avaliação do senador Rodrigo Rollemberg, feita nesta sexta-feira (21), em Plenário, ao comentar as manifestações ocorridas em todo o país.

Rollemberg observou que as várias bandeiras levantadas pela juventude têm conexão entre si e a maioria delas depende dos parlamentares, uma vez que podem aprovar projetos de lei que atendam aos anseios populares ou rejeitar os que são contrários a eles.

Na avaliação do senador, a população reconhece que houve avanços sociais, mas sabe que, sem desvio de recursos públicos, pode ser feito muito mais.

- A bandeira que unifica o movimento em todo o país é o combate à corrupção. As pessoas não querem, não admitem mais, conviver com a corrupção. A evolução do processo democrático no Brasil faz com que a juventude, a população de uma forma geral, não aceite mais o tal de "rouba, mas faz". A população sabe claramente que sem corrupção todos podemos fazer muito mais. A corrupção drena os recursos de uma saúde de qualidade, de uma melhor segurança pública, contamina os valores da sociedade – observou Rodrigo Rollemberg.

Entre as medidas que os parlamentares podem aprovar para contribuir com o combate à corrupção, na opinião de Rollemberg, estão: projetos de reforma política, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 56/2005, e os projetos de lei do Senado (PLS) 284/2005, 622/2007 e 223/2007, apresentados pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF); os que consideram a corrupção crime hediondo, entre os quais o PLS 204/2011, do senador Pedro Taques (PDT-MT); e a PEC 50/2006, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que prevê voto aberto para todas as votações.

Além disso, ressaltou Rollemberg, a rejeição da  PEC 37/2011, que restringe a investigação criminal às polícias federal e civis, e a aprovação da (PEC 3/2011), de sua autoria, que facilita a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular podem contribuir para impedir a impunidade.

- Cabe a nós a responsabilidade política de convencer o Parlamento brasileiro da necessidade efetiva de ter uma nova postura em relação a essa agenda que está colocada aí. O que chama a atenção, e nos dá uma grande oportunidade como parlamentares de nos sintonizarmos com a opinião pública neste momento, é que grande parte das bandeiras trazidas pelos manifestantes está no Congresso Nacional e depende de nós e, na verdade, o Congresso tem estado surdo a esses reclamos da população – alertou o senador.

Os manifestantes, condenando atos de depredação e violência, observou Rollemberg, “de forma pacífica, mas contundente”, exigem um novo país, mais igualitário, com prioridade para os serviços públicos. A crítica da sociedade, disse o senador, é contra os políticos e as instituições e o “recado” a ser compreendido é que as atitudes dos políticos e das instituições devem ser transformadas.

Na opinião do senador, as instituições políticas estão desacreditadas, como demonstrou uma das palavras de ordem das manifestações - Povo unido governa sem partido - o que exige uma reforma política que atenda às expectativas da sociedade.

Ao condenar as depredações e atos de violência, o senador Paulo Paim (PT-RS), em aparte, disse que o momento é “mágico”, pois os jovens foram às ruas manifestar sua insatisfação. Agora, observou o senador, as manifestações são acionadas pelas redes sociais e o Parlamento deve considerar esse novo modo de reivindicar, sob pena de ser “atropelado”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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