Delcídio do Amaral alerta para situação do Rio Paraguai no Pantanal

Da Redação | 21/03/2013, 19h55

O Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta-feira, 22 de março, foi lembrado em Plenário nesta quinta-feira (21) pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS). O senador afirmou que a data marca um momento em que o Brasil vive o desafio de gerir eficazmente os recursos hídricos e alertou para a situação preocupante enfrentada hoje pelo Pantanal e seu principal rio, o Paraguai, principalmente entre os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.

Para tratar do assunto, Delcídio propôs a criação de uma comissão formada por parlamentares dos dois estados e por um representante do governo federal. O grupo deve fazer visitas à região e definir um conjunto de ações de recuperação e proteção às cabeceiras do Rio Paraguai e seus principais afluentes.

O senador explicou que o Rio Paraguai é o principal responsável pela vida do Pantanal. A região, reconhecida mundialmente como a maior planície alagável do mundo, com área de cerca de 160 mil quilômetros quadrados, situada em sua maior parte no Mato Grosso do Sul, é, afirmou Delcídio, “de grande relevância global, vulnerável e com altíssima prioridade para a conservação”.

Com o tempo, porém, o Rio Paraguai e seus afluentes vêm sofrendo com o mau uso do solo e a retirada da cobertura vegetal nas nascentes. As monoculturas de soja, milho, arroz e cana-de-açúcar e a pecuária no Mato Grosso, estado vizinho ao seu, têm provocado desmatamento em locais estratégicos para preservação do bioma. Além disso, acrescentou o senador, usinas hidrelétricas instaladas em afluentes têm reduzido o nível do Rio Paraguai, gerando, em alguns casos, a diminuição da área inundada do Pantanal, com efeitos colaterais negativos sobre a flora, a fauna e a economia local.

Delcídio citou estudos realizados desde 2011 pelo Instituto Homem Pantaneiro, organização não-governamental situada em Corumbá, que apontam diversas alterações na paisagem, ocasionadas pelos impactos ambientais negativos. São nascentes pressionadas pela agricultura intensiva, ausência de zona de amortecimento, que mantém abastecidas as lagoas e as nascentes; nascentes localizadas em interior de duas fazendas locais, com vegetação antropizada, sem corredores ecológicos e praticamente nenhuma mancha residual demonstrativa da vegetação original da região.

- Desejo assegurar a discussão de ações práticas, como a proteção do bioma Pantanal como um todo, pois a bacia hidrográfica é uma unidade ambiental, com sistema aberto e integrador dos elementos que a compõem, refletindo as condições de seu uso e ocupação; a recuperação e a conservação das nascentes; a preocupação com a qualidade ambiental da região que a engloba, pois ela é a fonte inicial para todo o funcionamento do fluxo hidrológico do Pantanal – argumentou.

O senador ressaltou ainda que, apesar de o Brasil ter abundância em recursos hídricos, o mundo está passando por uma crise de abastecimento de água, o que acabou transformando o recurso em uma commodity de valor cada vez mais elevado. A falta de água no mundo, acrescentou, compromete safras agrícolas e a produção de bens e serviços, impacta negativamente no crescimento econômico dos países e coloca em risco a sobrevivência humana.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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