Indicações de embaixadores aguardam escolha do novo presidente da CRE

Marcos Magalhães | 26/02/2013, 13h07

Onze mensagens presidenciais de indicação de novos embaixadores já foram enviadas desde dezembro à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que retomará seus trabalhos nesta quarta-feira (27), com a eleição do seu novo presidente. Foi indicado para o cargo, pelo PMDB, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

Caberá ao novo presidente indicar os relatores das mensagens presidenciais que apontam novos embaixadores para Belize, Timor Leste, Armênia, Argentina, Tunísia, Grécia, Hungria, Azerbaijão, Colômbia e China, além de representante permanente em Genebra. Uma vez concluídos os pareceres dos relatores, os indicados para os cargos serão ouvidos em sabatinas pela comissão, antes da votação das mensagens presidenciais.

Os principais debates devem ficar por conta das indicações dos novos embaixadores brasileiros em Buenos Aires e Beijing, capitais de países com os quais o Brasil mantém fortes relações comerciais e políticas. Os embaixadores indicados Everton Vieira Vargas e Waldemar Carneiro Leão Neto apresentarão aos senadores da comissão as prioridades do governo brasileiro em suas relações com os dois países.

Embaixador brasileiro em Berlim desde 2009, Vargas terá pela frente – caso seja aprovado pela CRE e pelo Plenário do Senado – uma relação marcada, recentemente, pela queda no comércio bilateral. Em 2011, quando ainda se podiam sentir os efeitos do crescimento econômico da Argentina e de políticas de estímulo à demanda nos dois países, o comércio bilateral alcançou a marca histórica de US$ 39,6 bilhões. Como resultado da crise econômica internacional e da desaceleração de ambas as economias, nos primeiros 11 meses de 2012 o resultado global do comércio ficou em US$ 31,5 bilhões.

Leão, por sua vez, já exerceu o cargo de embaixador junto ao Canadá e à Colômbia no período entre 2003 e 2011. A partir de 2011, passou a ocupar o posto de subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério de Relações Exteriores. Caso seja aprovado pelo Senado, ele chegará a Beijing um ano antes da celebração de quatro décadas do estabelecimento de relações entre o Brasil e a República Popular da China.

Desde 2009, a China tornou-se o principal destino das exportações brasileiras e, desde 2012, também a principal origem das importações nacionais. Os grandes números, porém, refletem principalmente exportações brasileiras de soja, minérios e petróleo.

Um dos principais desafios do novo embaixador brasileiro será o de diversificar as exportações para a China, como já foi solicitado há um ano pela delegação brasileira durante a mais recente reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), a mais importante instância permanente de diálogo político entre os dois países.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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