Relatório que acusa Perillo e Cavendish só será lido nesta quinta

Da Redação | 21/11/2012, 12h55

Por uma questão regimental, ficou para esta quinta-feira (22), a leitura do relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) sobre as investigações do Caso Cachoeira. Há um pedido de vista, mas que só poderá ser votado depois de encerrada a leitura. A reunião desta quarta-feira (21) da comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista começou por volta das 10h30.

A questão regimental apontada pela oposição refere-se a uma exigência de que o texto fosse entregue aos parlamentares com 24 hora de antecedência. O deputado deve ler um sumário executivo (resumo) do documento, que contém 4.802 páginas em cinco volumes, sem contar os anexos.

O relatório é dividido em oito partes, que tratam, por exemplo, das propostas legislativas da comissão, das ramificações da organização de Carlos Cachoeira,nos meios de comunicação e do financiamento da organização criminosa. Grande parte também é dedicada aos indiciamentos. São 46 no total, entre eles, o de Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, do ex-senador Demóstenes Torres e do próprio Cachoeira. Também foram indiciados cinco jornalistas, entre os quais, Policarpo Júnior, da revista Veja.

Um pedido de vista coletivo já foi apresentado, abrindo-se prazo de cinco dias úteis para que os parlamentares analisem a matéria, conforme Regimento Interno do Senado. Com isso, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) já convocou nova reunião para a próxima quarta-feira.

Na abertura da reunião, diversos senadores e deputados se manifestaram para criticar o relatório, assim com o vazamento de parte dele para a imprensa. Houve também quem pedisse a suspensão da leitura e a prorrogação dos trabalhos diante da soltura do contraventor Carlos Cachoeira.

- Nós não investigamos o que deveríamos investigar. Relatório é um instrumento de perseguição politico-partidária. PT versus PSDB. Não podemos encerrar esta cpi com a leitura do relatório. A soltura do Cachoeira inviabiliza a leitura deste relatório. Agora vamos jogar o abacaxi para o Ministério Público, mas o bode vai ficar fedendo dentro da sala. Não podemos ler o relatório com este fato novo - afirmou Pedro Taques.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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