Cristovam diz que índios Guarani-Kaiowá estão sendo vítimas de 'massacre silencioso'

Da Redação | 01/11/2012, 17h40

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) manifestou em Plenário, nesta quinta-feira (1º), sua preocupação com a situação dos índios Guarani-Kaiowá, que lutam pela posse da terra na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Cristovam afirmou que os indígenas estão sendo submetidos a uma condição degradante ao serem impedidos de utilizarem suas terras, o que tem implicado na dizimação lenta de sua etnia.

— Está havendo um massacre. Não estou dizendo que fulano, sicrano ou beltrano é responsável diretamente por isso. Não, todos nós somos responsáveis. Deixar que um grupo social morra por falta de recursos  para eles, por falta de condições de trabalho é uma forma de massacre silencioso, que não tem um ou dois ou três responsáveis — disse.

Cristovam criticou o governo federal por não implementar de maneira eficaz um programa de distribuição de terras para populações indígenas no Brasil.

Para ele, diante da situação enfrentada pelos Guarani-Kaiowá, a lei das cotas, que prevê a reserva de vagas para índios em universidades públicas, se torna claramente uma hipocrisia pelo fato de grande números de indígenas no país não terem acesso a um direito muito mais fundamental do que a educação superior, que é a terra.

Respondendo a aparte da senadora Ana Amélia (PP-RS), Cristovam reconheceu o direito dos fazendeiros, que foram incentivados no passado pelo governo federal a colonizarem a região, a serem devidamente indenizados no caso de uma decisão judicial conceder a posse da terra aos indígenas.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se disse impressionado com a situação dos Guarani-Kaiowá descrita pelo antropólogo Tonico Benides em audiência pública realizada pela manhã pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Para Suplicy, não está descartada mesmo a possibilidade de ocorrer um suicídio coletivo entre os indígenas, caso sejam obrigados a abandonar suas terras.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: