Investigações sobre a Delta têm de ser ampliadas, afirmam parlamentares
Ricardo Koiti Koshimizu | 21/08/2012, 16h50
Integrantes da CPI do Cachoeira continuam a argumentar que as investigações devem se concentrar, a partir de agora, nas atividades ilícitas da empresa Delta em todo o país. A reivindicação foi repetida nesta terça-feira (21), após reunião da comissão, pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
– Essa organização criminosa não se limita a Carlinhos Cachoeira nem a Goiás. É uma holding nacional de corrupção que tem como cabeça os negócios da Delta – afirmou.
A Delta, maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, atua em conjunto com diversos governos estaduais. A empreiteira é acusada pela Polícia Federal de desviar recursos públicos e transferir recursos para diversas empresas de fachada, várias delas ligadas a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que continua preso.
Assim como o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), Randolfe destacou a informação de que os repasses a empresas fantasmas somariam cerca de R$ 400 milhões.
– A CPI tem de ter a coragem de cruzar os dados da Delta, das empresas laranjas e daqueles que foram beneficiados pela Delta – insistiu Randolfe.
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) também está entre os parlamentares para quem “nem tudo se restringe a Goiás e a Cachoeira”. Miro disse que, além das investigações com foco no esquema de Cachoeira, “pode surgir uma CPI da Delta dentro desta CPI”.
Já o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) criticou o que chamou de “blindagem” em torno da Delta, o que estaria impedindo a ampliação das apurações.
As declarações foram feitas após os depoimentos dos procuradores Léa Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado, que participaram das investigações da Polícia Federal que resultaram na prisão de Cachoeira.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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