Ana Amélia: greve de caminhoneiros mostra que Brasil é refém de rodovias

Da Redação | 01/08/2012, 17h30

A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse, nesta quarta-feira (1), que a greve dos caminhoneiros mostrou o quanto o país é refém das rodovias. Ela afirmou que 70% das cargas que cruzam o Brasil utilizam as rodovias para atingir o destino final e que há alternativas a este meio de transporte.

- As estradas brasileiras são, erroneamente, o principal meio de transporte de mercadorias e passageiros – disse, lembrando que 74% das rodovias aprsentam problemas e 40% são consideradas ruins ou péssimas.

Ana Amélia destacou que o transporte de alimentos perecíveis foi um dos mais prejudicados com a greve dos caminhoneiros, que paralisou 80% da categoria de motoristas de cargas. A senadora observou que a greve se iniciou como forma de protesto contra a mudança na legislação da jornada de trabalho de caminhoneiros. A Lei 12.619/2012 regulamenta a profissão de motorista.

- A Lei 12.619, sancionada pela presidente Dilma, estabelece que a cada jornada de trabalho, o motorista de caminhão precisa ter 11 horas de descanso. E a cada quatro horas trabalhadas, o motorista precisa descansar meia hora – explicou, resssaltando que o governo deveria construir as paradas de repouso para os motoristas.

A senadora disse acreditar que a nova lei protegerá os motoristas que utilizam as rodovias porque as longas horas de trabalho propiciam um maior número de acidentes nas estradas brasileiras.

Ana Amélia destacou que a greve dos caminhoneiros demonstrou os problemas logísticos do Brasil, que tem uma malha rodoviária precária, sem locais de repouso e sem garantia de o mínimo de segurança.

- Precisaríamos ter um sistema rodoviário onde os motoristas pudessem trabalhar em melhores condições e com locais onde poderiam parar para o descanso.

Outras greves

A senadora destacou outras greves, principalmente no serviço público federal, que estão causando enormes prejuízos ao país. Ela ressaltou que a paralisação dos professores universitários já completou mais de três meses e parece não estar próxima do fim. Ana Amélia lembrou que os professores são apenas um dos 29 setores do funcionalismo público paralisados.

- Mesmo que as atividades fossem retomadas hoje, o ano letivo universitário só deve acabar no ano que vem, um claro prejuízo para todos os alunos – disse.

Ana Amélia citou também a greve do judiciário que, segundo ela, acontece em um momento tenso: o início do julgamento do mensalão.

- O próprio presidente do STF disse que não espera [ter] o prédio do Supremo Tribunal Federal cercado de grevistas e sob o som ensurdecedor de buzinas e apitos, justamente quando os ministros estarão decidindo o destino de 38 réus, acusados de diferentes crimes – explicou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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