Roberto Requião diz que mantém ‘os olhos abertos para a economia’

Da Redação | 11/07/2012, 20h05

Em pronunciamento nesta quarta-feira (11), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que conclui sua participação política no primeiro semestre com os olhos abertos para a economia, tendo em vista que o governo e os agentes econômicos não param de revisar para baixo a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012.

- De tanto calcular e recalcular, daqui a pouco vamos bater os costados num rotundo zero – afirmou.

Roberto Requião disse que se vez ou outra elogia o governo pelas medidas adotadas, nunca deixou de objetar que algumas medidas já deveriam ter sido tomadas há muito tempo. O desenvolvimento, afirmou, não se gera espontaneamente e muito menos com o estalar de dedos das providencias governamentais.

O senador disse ainda que há muitos anos o desenvolvimento do Brasil vem sendo sabotado por meio de políticas que primarizam sua economia e o transformam em um reles produtor de commodities agrícolas e minerais.

- Mesmo que a isso acrescentássemos o Plano Brasil Maior, a desoneração da folha de pagamento e o controle de apreciação do câmbio, não se poderia dizer que temos política industrial – afirmou.

O senador observou que o que temos são medidas tópicas, demarcadas com o fito de manter a demanda em alta para que as máquinas não parem, com a manutenção de emprego e renda, mas reiterou que isso não é política industrial.

Roberto Requião ressaltou que a queda do crescimento do PIB acarreta queda no crescimento da renda, com consequente diminuição do consumo, o que acaba por provocar a contenção de investimentos.

Observou ainda que o consumidor da nova classe media refreou seu consumo não porque tenha ultrapassado o limite de endividamento ou porque passou a ouvir comentaristas de televisão e economistas, mas porque não é um perdulário que sai pelas lojas esbanjando os R$ 1.200 que ganha por mês.

- Se na primeira onda de consumo ele comprou geladeira, fogão, máquina de lavar e seu primeiro carro, não há porque voltar às lojas para renovar o que adquiriu em tão pouco tempo – afirmou.

O Brasil, disse Requião, teria que incorporar outros tantos milhões de brasileiros ainda à margem e não tão visíveis assim, radicalizando as políticas de inclusão e melhorando as políticas de geração de renda.

O desafio, afirmou, não é apenas retomar o crescimento, mas dispor de um projeto de desenvolvimento que favoreça o país.

- O resto é importante, mas viria como acréscimo e naturalmente – afirmou.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que é preciso adotar um modelo que faça com que o país cresça com qualidade.

 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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