Alvaro Dias defende convocação de Pagot e Cavendish

Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (18), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu a convocação de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e de Fernando Cavendish, ex-presidente da empresa Delta Construções, para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do caso Cachoeira. Na última quinta-feira (14), o requerimento para a convocação de Pagot e Cavendish não foi aprovado na comissão.

Usando um gráfico, Alvaro Dias mostrou a suposta ligação da Delta com a empresa Alberto Pantoja, que pertenceria a Carlos Cachoeira. Segundo o senador, são “informações oficiais”. Ele disse que os valores recebidos pela Delta em contratos com o governo federal ajudam “a irrigar a conta” da empresa Alberto Pantoja.

– Há uma conexão entre o governo federal e a empresa Delta, desta com a empresa Alberto Pantoja, e desta empresa com integrantes da quadrilha comandada pelo bicheiro – afirmou o senador.

Alvaro Dias mostrou uma planinha com a relação de empresas, parentes e nomes ligados a Cachoeira, além de valores recebidos. De acordo com o senador, os valores vieram de contratos da Delta com o Dnit, daí a importância da convocação do ex-diretor do órgão e do ex-presidente da construtora. O senador lembrou que, conforme noticiado, Pagot já declarou que foi derrubado de seu cargo no Dnit por pressões de Cachoeira e Cavendish.

- Apresento este trabalho para provar que não se pede apenas por pedir. É necessário ouvir esses dois para tomar providências. Por que temem os depoimentos de Pagot e Cavendish? É desejo de colocar a sujeira debaixo do tapete? – questionou o senador.

O parlamentar disse que a sociedade está preocupada com os desdobramentos do escândalo Cachoeira e que a atuação da CPI desagrada aos que esperam uma investigação mais profunda. Há, também, acrescentou, um desencantamento em relação ao Judiciário, que poderia anular algumas provas da investigação da Polícia Federal. O senador ressaltou, no entanto, que a CPI pode ser recolocada nos trilhos.

- Não há por que desistir. É preciso oferecer à sociedade brasileira as respostas que ela exige – disse o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)