Paim anuncia debate da CDH sobre barreiras comerciais da Argentina a produtos brasileiros

Da Redação | 15/06/2012, 13h50

O senador Paulo Paim (PT-RS) reagiu com indignação em Plenário, nesta sexta-feira (15), à adoção de barreiras protecionistas contra produtos brasileiros pela Argentina. Nesta segunda-feira (18), a partir das 9h, o tema voltará a ser debatido pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) – presidida por Paim – junto a representantes dos trabalhadores e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

- A situação ultrapassou todos os limites do tolerável – protestou Paim, revelando uma queda de 27% nas exportações brasileiras para a Argentina entre abril de 2011 e abril de 2012, o que reduziu em 52,7% o saldo comercial no período (de US$ 1,2 bilhão para US$ 881 milhões).

O parlamentar sustenta que as restrições comerciais impostas pelo governo argentino violam acordos do Mercosul e regras da OMC (Organização Mundial de Comércio). E que já têm causado demissões em massa, principalmente nos setores têxtil, calçadista e alimentar instalados no sul do país.

- Me parece que a Argentina não tem interesse que o Mercosul funcione. Essa política tem prejudicado até a indústria argentina, já que há insumos comprados fora que não podem ser substituídos pela produção local – comentou Paim.

Segundo acrescentou, a Associação de Comércio Exterior do Brasil reclama uma atitude firme da diplomacia brasileira contra essas medidas unilaterais. O presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Heitor José Müller, teria chegado, inclusive, a sugerir o fechamento das fronteiras brasileiras aos produtos argentinos como retaliação, na tentativa de forçar a abertura de um canal de negociação entre os dois países.

Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) revelou que a suinocultura do Rio Grande do Sul perdeu, só nos últimos três meses, R$ 60 milhões com a interrupção das vendas para a Argentina. Ela considera essa audiência pública da CDH “oportuna” para visibilizar o drama vivido pelos produtores brasileiros, não só os da região Sul, mas também de Minas Gerais, do Espírito Santo e de São Paulo. Ana Amélia está convencida de que o governo argentino não quer abrir espaço para diálogo sobre o assunto no Parlamento do Mercosul.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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