Alvaro Dias critica financiamento do BNDES a aeroporto na África

Da Redação | 11/06/2012, 18h40

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou nesta segunda-feira (11) o anúncio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à construção de um aeroporto em Gana. O empréstimo será US$ 174 milhões, o equivalente a R$ 354 milhões. Critico habitual dos empréstimos do banco a outros países, o senador lembrou a situação dos aeroportos brasileiros.

- Enquanto o Brasil anuncia o financiamento de um aeroporto em Gana, os aeroportos brasileiros estão em situação de pré-colapso - disse o senador.

Alvaro Dias ressaltou que a situação ruim dos aeroportos brasileiros não é uma afirmação da oposição e citou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), segundo o qual dez dos principais aeroportos já estão operando com capacidade máxima. O investimento em infraestrutura em outros países, para o senador, não se justifica quando o que é investido aqui fica abaixo dos 2% do Produto Interno Bruto.

- E como é possível admitir que o Brasil financie obras de infraestrutura em outros países? A redução dos custos de transportes, de energia e de logística, para que a produção brasileira tenha mais competitividade, é urgente - disse.

Para o senador, o Tribunal de Contas da União precisa se manifestar sobre o empréstimo, que traria indícios de irregularidades, já que, na sua opinião, o estatuto do banco não autoriza esse tipo de operação.

- Há desvio de finalidade de um banco idealizado com objetivos sociais, com o objetivo, evidentemente, de construir uma infraestrutura competente no país. O “S” ao final da sigla significa que ele também abriga pretensões de natureza social - ponderou

Corrupção

Alvaro Dias afirmou que grandes empreiteiras vêm, há algum tempo, cooptando governos de países menos desenvolvidos para a realização de grandes obras de infraestrutura com financiamento do BNDES.  Esse tipo de acordo, segundo o senador, favorece a corrupção e gera “propinodutos” em outros países.

- No exterior, governos alimentam grandes empreiteiras na realização de obras, facilitando a propina, já que a empreiteira que leva o benefício do empréstimo obtém o favor da execução da obra, muitas vezes superfaturada. E o Brasil, através do BNDES, estimula a corrupção em nações vizinhas - denunciou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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