Para oposicionistas, resposta de Gurgel à CPI foi satisfatória

Da Redação | 24/05/2012, 20h05

Senadores ouvidos na tarde desta quinta-feira (24) pela Agência Senado disseram considerar satisfatórias as explicações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. As respostas de Gurgel foram encaminhadas por escrito à CPI. Principal defensor da vinda de Gurgel à CPI, o senador Fernando Collor (PTB-AL) não comentou as respostas.

O pedido de explicações a Gurgel decorreu de requerimento aprovado pelos integrantes da CPI no dia 15 deste mês. Os senadores queriam esclarecimentos sobre o que motivara a suspensão das investigações da Operação Vegas. Em sete páginas, Gurgel reafirma ter tomado a decisão acertada ao suspender, em 2009, a operação, que investigou esquema de jogo ilegal que seria comandado por Cachoeira. Segundo Gurgel, não havia fato relevante à época, do ponto de vista penal. Além disso, a suspensão teria evitado que a investigação se tornasse pública e possibilitado a sua continuidade com a operação Monte Carlo.

– A prova de que ele fez o certo é que há pessoas presas e investigadas, além de um amplo material colhido pela Polícia Federal. Temos que entender que muitas vezes uma mesma investigação da Polícia Federal pode levar três, quatro anos – disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Para Dias, a Procuradoria Geral da República foi sensata ao deixar correr a investigação por enxergar que as intercepções eram promissoras – embora naquele momento, em setembro de 2009, não houvesse indício concreto de crime que justificasse uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também se disse satisfeito com as respostas do procurador-geral.

- Para mim, as explicações prestadas resolveram, eu não entendo que tenha havido prevaricação.

Segundo o senador, quem não considerar as respostas satisfatórias deve procurar a instância cabível, que é a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e representar contra o procurador por crime de responsabilidade.

- Vamos tirar a PGR da CPI e vamos tentar chegar ao foco, porque a CPI está patinando - alertou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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