Alvaro Dias defende CPI e investigação da Delta e Cavendish

Da Redação | 24/05/2012, 19h25

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) pediu à CPI do Cachoeira preferência à votação do requerimento de convocação do empresário  Fernando Cavendish, acionista majoritário da empreiteira Delta, e pela quebra do seu sigilo fiscal, telefônico e bancário. Ele acrescentou que se a CPI não avançar além das operações policiais Las Vegas e Monte Carlo e se não investigar “para valer” a empresa Delta “aí sim, deverá ser condenada pela opinião pública”.

Alvaro Dias reiterou que o grande escândalo do esquema Cachoeira é a relação de promiscuidade entre o poder público e empresas capitaneadas pela empresa Delta, tendo como gerente oficial ou extraoficial, sócio oculto ou grande lobista, o próprio Cachoeira.

Para ele, a Delta é a parceira principal de Cachoeira, e age com recursos transferidos ao exterior; evasão de divisas; recursos internados marginalmente, por meio de operações contábeis simuladas na forma de empréstimos com origem numa empresa denominada Bet Company, com sede no Brasil e na Coreia do Norte; e repasses da ordem de mais de R$ 4 milhões, anualmente, transferidos para parentes e cofres.

Alvaro Dias não poupou ataques ao governo federal. Disse que de 2007 a 2012 a Delta teve empenho superior a R$ 4,1 bilhões, sendo que 90% desse total com origem no Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit).

- A presença do governo da União nessa investigação é inevitável – disse o senador.

CPI

O senador saiu em defesa da CPI dizendo que “não vai jogar a toalha nem desistir, apesar de todos os percalços e decepções”. Otimista, afirmou que a CPI é uma pressão permanente, porque coloca “o mal à luz para que possa ser combatido” e convoca a Justiça à responsabilidade.

- Apesar de um espetáculo de teatro dos horrores, com depoimentos de marginais que chegam e ficam em silêncio, a CPI vai manter a chama da investigação acesa, a possibilidade da responsabilização civil e criminal dos envolvidos em crimes que foram denunciados nos últimos meses - afirmou.

Governadores

Alvaro Dias disse que foi acertado o acordo que antecipa em uma semana a reunião da CPI em que podem ser votadas a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico da empresa Delta no plano nacional (não somente no Centro-Oeste) e a convocação dos três governadores citados nas gravações de Cachoeira – o do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB); o do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Ele descartou a hipótese de o PSDB, partido do qual é líder no Senado, fazer acordos para proteger os governadores – até mesmo Perillo.

- Ao meu partido, eu não admito. Eu estaria afrontando todo meu itinerário político, minha modesta história; estaria afrontando os meus eleitores se eu participasse de qualquer tipo de acordo. Vamos esperar este fim de semana. Teremos, terça-feira, a oportunidade de ver quem é quem nessa CPI – disse o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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