Wellington Dias confirma disposição do PT para abertura de CPI

Paulo Cezar Barreto | 09/04/2012, 17h45

O senador Wellington Dias (PT-PI) reiterou, nesta segunda-feira (9), a posição de seu partido a favor de uma CPI para a investigação do envolvimento ilegal de parlamentares com o empresário Carlinhos Cachoeira. Ele observou que não é possível apurar os fatos com a responsabilidade devida se não houver acesso aos documentos do inquérito, que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantém em segredo de justiça.

Wellington, que chegou a ser apresentado pelo partido como candidato à presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, cargo atualmente vago, ressaltou que o poder de apuração dessa instância é limitado.

– Se o Conselho de Ética não tem acesso a essa documentação, o caminho é a CPI. Essa é a posição que a liderança do PT está apresentando aos demais partidos – afirmou.

O parlamentar ressaltou o grande interesse do país em investigar profundamente as denúncias diante dos fortes indícios de crimes e considerou importante o papel específico do Conselho de Ética na investigação dos membros do Congresso, especialmente pela suspeita de envolvimento de líderes de partidos na Câmara e no Senado no esquema de Carlinhos Cachoeira.

– Não podemos, enquanto parlamento, fazer de conta que não estamos percebendo a gravidade do que está acontecendo. É um tema debatido na sociedade – disse.

Wellington Dias não soube dizer quantas assinaturas poderia conseguir para a abertura de uma CPI, mas lembrou que alguns partidos já manifestoaram posição favorável. O senador negou que a CPI seja contra “um ou outro partido”:

– É para investigar tudo o que tiver que investigar, seja de qual for o partido. Outras vezes, quando se envolveu membros do PT, agimos da mesma forma. Não podemos é prejulgar ninguém, nem do PT nem de qualquer outro partido. É preciso que se dê a oportunidade da ampla defesa e se forme um juízo a partir do resultado das investigações.

Sobre a presidência do Conselho de Ética, Wellington Dias lembrou que a indicação, de acordo com o Regimento, cabe ao PMDB, mas voltou a colocar seu nome à disposição caso o partido retire sua candidatura.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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