PDT não precisa de cargos para apoiar governo, diz líder Acir Gurgacz

Da Redação | 15/03/2012, 16h25

O líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (PDT-RO), afirmou nesta quinta-feira (15) que o apoio do partido ao governo não depende da nomeação de um ministro pedetista. O pronunciamento vem após notícias de que o partido estaria indicando e vetando nomes para ocupar o cargo de Ministro do Trabalho, deixado em dezembro por Carlos Lupi.

– Não precisamos estar no ministério para apoiar a nossa presidenta. Queremos deixar a nossa presidenta muito à vontade para que escolha quem ela entender útil para o seu governo, para estar em qualquer um dos seus ministérios – afirmou o líder.

Gurgacz afirmou que o partido não pretende fazer avaliações sobre a questão dos ministérios e que, se há alguma intermediação com a presidente da república, esta é feita sem a concordância da bancada do Senado. O senador acrescentou que o partido está satisfeito com o governo Dilma Roussef e pretende continuar contribuindo para as ações que a presidente julgar importantes para a população.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) concordou com a posição do líder e afirmou que não considera legítima a interferência de deputados que estejam falando à presidente em nome do partido. Para Taques, o PDT não pode ser “fisiologista e clientelista”, nem fazer chantagem em troca de cargos. Por outro lado, lembrou que apoiar não significa ser submisso.

– Coalizão não quer dizer submissão. O PDT não pode apoiar a presidente da República em situações não republicanas – afirmou o senador, que disse votar de acordo com sua consciência.

Taques foi um dos senadores que declararam voto contrário à recondução de Bernardo Figueiredo à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), na última semana. Na ocasião, lembrou os senadores de que o voto era secreto, o que permitiria rejeitar a indicação do governo sem se expor.

Também em aparte, Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que, apesar de trabalhar, às vezes, de forma lenta, a presidente nunca fez nada que justificasse uma retirada do apoio do partido. Quanto à indicação de cargos, foi além: disse desejar que o partido não tivesse ministro no governo.

– Desejo que ela não indique ninguém do PDT. Acho que ela prestaria um serviço à República se deixasse que um partido que precisa se construir tivesse não oposição ao Governo, mas certa independência. O ministério atrela o partido ao governo. Nós podemos ser da base de apoio sem atrelamento – defendeu.

A posição do partido foi elogiada pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Ana Amélia (PP-RS). Para a senadora, se Leonel Brizola estivesse vivo, teria orgulho da “posição altiva” de seu partido na tribuna.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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