Marisa Serrano critica interferência do Executivo no Legislativo

Da Redação | 06/07/2009, 19h15

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), em discurso nesta segunda-feira (6), fez duras críticas ao que classificou de "interferência" do Poder Executivo no Legislativo, poderes que deveriam ser interdependentes.

- O momento é de reflexão e pesar. Os senadores não precisam de tutores para resolver os problemas internos da Casa - declarou

Na avaliação da senadora, os últimos acontecimentos envolvendo a bancada do PT estão constrangendo a sociedade, pois demonstram claramente que "o Presidente da República e a chefe da Casa Civil estão querendo impor suas vontades para desqualificar as irregularidades que vêm ocorrendo no Senado". Ela se referia ao fato de alguns parlamentares do PT defenderem o afastamento do senador José Sarney da Presidência do Senado, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a imprensa, teria pressionado a bancada pela mudança de postura.

Marisa Serrano disse acreditar que está em curso uma "usurpação do poder", com o Executivo "arvorando-se de dono do Legislativo", colocando os senadores como "figuras subalternas do desejo monocrático do presidente da República".

A senadora rechaçou a declaração do presidente Lula de que os partidos de oposição querem "ganhar no tapetão" ao sugerir que Sarney se licencie da Presidência do Senado, e disse que a intenção da oposição é o restabelecimento da ordem na Casa e a recuperação da confiança da sociedade na classe política. Para ela, a crise é do Senado, mas também é de Sarney.

Marisa Serrano disse ainda que Lula "quer esfacelar o Senado para viabilizar o seu projeto eleitoral de 2010", e que a investida contra a Constituição e o descaso que demonstra com os conceitos de interdependência dos poderes não projetam o país para o futuro, e sim "reforçam os vínculos com o passado".

Em sua avaliação, a crise do Senado é ética e administrativa, mas à medida que é transformada, para efeitos midiáticos, numa disputa política, "fica claro que a intenção é fazer com que tudo fique como está e se abandone a perspectiva de promover uma profunda reforma na Casa".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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