Imprensa paraguaia critica o Brasil

Da Redação | 27/04/2009, 18h10

As duras críticas feitas nos últimos dias pela imprensa paraguaia ao Brasil e, em menor escala, à Argentina, contribuíram para tornar mais difícil a busca de um consenso durante o primeiro dia de trabalhos da 17ª sessão plenária do Parlamento do Mercosul, nesta segunda-feira (27), em Assunção.

As críticas se referiam principalmente à negociação do critério de representatividade do parlamento, que busca garantir bancadas maiores a países de maior população. Também estavam ligadas à resistência do governo brasileiro de renegociar o Tratado de Itaipu, que garante ao Brasil o direito de comprar do Paraguai a parte de energia não utilizada pelo país vizinho.

Ao iniciar seu pronunciamento a respeito da questão da proporcionalidade, na sessão plenária, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), presidente da Representação Brasileira do Parlamento do Mercosul, queixou-se duramente de matérias publicadas na imprensa paraguaia, segundo as quais o Brasil e a Argentina estariam se preparando para dominar o Parlamento do Mercosul.

- Não viemos aqui para dominar ninguém, mas para trabalhar em conjunto - afirmou Mercadante.

Um dia antes, o ABC Color, principal jornal do Paraguai, utilizou o aniversário do Tratado de Itaipu para fazer uma acusação ao Brasil. "Há 36 anos que o Brasil rouba o Paraguai", dizia a principal manchete do jornal em sua edição de domingo (26). Segundo o jornal, o Brasil continua se apropriando "por migalhas" da parte paraguaia do "extraordinário potencial energético" do Rio Paraná.

O ABC Color afirma ainda, em sua primeira página, que, "como se o Paraguai fosse alguma colônia", o Brasil não lhe permite "nem comercializar sua produção a preço de mercado, nem utilizar sua energia para seu próprio desenvolvimento".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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