Representantes de fumicultores e da indústria do fumo contestam denúncias sobre trabalho infantil no setor

Da Redação | 02/07/2008, 18h46

O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, e o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), Iro Schünke, afirmaram durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta quarta-feira (2) que o setor fumageiro brasileiro é contra qualquer tipo de trabalho infantil, seja nas plantações de fumo, seja nas indústrias. Iro Schünke classificou de "tendenciosa" a reportagem da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), veiculada em 18 de maio último, sobre o trabalho de menores no cultivo e preparo das folhas de fumo no Paraná.

Para o presidente do Sindifumo, a reportagem não "representa a realidade do setor fumageiro" do país. De acordo com ambos os presidentes, as duas entidade promovem programas com o objetivo de erradicar o trabalho infantil no setor.

- Nós somos contra o trabalho infantil - disse o presidente do Sindifumo.

De acordo com Schünke e Benício Werner, o Sindifumo e a Afubra desenvolvem o programa de responsabilidade social O Futuro é Agora, que consiste no combate ao trabalho infantil nas lavouras de fumo e no incentivo à permanência das crianças na escola. Werner também disse que a Afubra promove o projeto Verde é Vida, com distribuição de mudas nativas, educação ambiental e apoio à diversificação da produção rural. Eles garantiram que o plantio de fumo é um dos mais rentáveis para os produtores e que tal lavoura ocupa pequena parte das propriedades.

Iro Schünke disse que o fumo brasileiro é todo produzido pelos estados do Rio Grande do Sul (50% da produção nacional), Santa Catarina (33%) e Paraná (17%). Ele disse também que são 182 mil fumicultores na Região Sul e afirmou que a lavoura de fumo é uma das culturas que menos usa agrotóxicos, menos que plantações de tomate ou de maçã, segundo ele.

Representando o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, o fiscal agropecuário Nilton Tapias Fernandes participou da audiência pública e informou que o ministério fiscaliza o setor fumageiro e promove a implantação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.

Também participaram da audiência, comandada pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), o senador José Nery (PSOL-PA) e o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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