Tuma diz que será necessário contrapor o depoimento de Lyra com o de Tito Uchôa, que ainda não foi encontrado

Da Redação | 16/08/2007, 20h28

O Corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), logo após tomar o depoimento do ex-deputado e usineiro João Lyra em Maceió, afirmou nesta quinta-feira (16), no final da tarde, que será necessário ouvir Tito Uchôa, primo do presidente Renan Calheiros, para saber se ele seria representante legal da rádio JR Radiodifusão ou um "suposto laranja" utilizado por Renan para esconder sua participação na sociedade com Lyra, desfeita em 2005. De acordo com Lyra, Uchôa seria o representante de Renan na sociedade.

- Ele [João Lyra] preparou um roteiro com todos os acontecimentos do ponto de vista dele e mais uma pasta com documentos, recibos que eram comprovantes dele se não desse certo a sociedade no final. Todos os documentos assinados por Tito Uchôa - disse o senador, para quem Lyra mostrou-se muito convicto.

Para Tuma, o importante agora é ouvir Uchôa para confirmar se ele era um representante de Renan ou um sócio de fato da empresa. O corregedor não destaca a possibilidade de promover uma acareação entre Uchôa e Lyra.

Tuma, que está em Maceió e falou com a imprensa por telefone, disse que teve acesso a notas promissórias, num valor total de R$ 650 mil, comprobatórias de dívidas contraídas junto a órgãos públicos do estado, que contêm a assinatura de Tito Uchôa e de outro representante de nome Nazário Pimentel, que seria o administrador da rádio. Lyra mostrou-lhe também, disse o corregedor, uma carta com timbre do Senado Federal, assinada por Renan Calheiros, que apenas informa a regularização da venda da Rádio Paraíso que passou a ser designada como Rádio Correio e a renovação da concessão.

Lyra reiterou sua intenção de não vir ao Senado prestar depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, caso seja convocado. O corregedor informou também que Lyra só irá abrir seus sigilos bancário e fiscal com determinação judicial. Informações financeiras, no entanto, poderiam, segundo Tuma, ser colhidas por meio do Sistema de Controle de Atividades Financeiras (Siafi).

Nesta sexta-feira (17), às 9h30 Tuma deverá colher o depoimento, como testemunha, do ex-diretor de O Jornal, Luiz Carlos Barreto, que supostamente pertencia a Lyra e a Renan.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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