Demóstenes e Tuma querem aguardar resultado da perícia da PF

Da Redação | 01/08/2007, 12h27

A perícia que está sendo realizada pela Polícia Federal na contabilidade dos negócios do presidente do Senado, Renan Calheiros, é a prova mais importante para que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar tenha condições de emitir parecer sobre o processo que Renan enfrenta no colegiado por suposta quebra de decoro parlamentar. A opinião é de dois membros do Conselho - Demóstenes Torres (DEM-GO) e Romeu Tuma (DEM-SP) -, este último na condição de corregedor do Senado.

Renan responde a processo que se originou de representação protocolada pelo PSOL no Conselho de Ética,baseada em denúncia da Revista Veja de que um funcionário da empresa Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, teria pagado pensão à filha que o senador tem com a jornalista Mônica Veloso e o aluguel de uma casa onde as duas moravam. A pedido do conselho, a Polícia Federal está realizando uma perícia para comprovar a legalidade dos documentos apresentados por Renan e pelas empresas que teriam realizado transações de compra e venda de gado de propriedade do senador, a fim de atestar a capacidade financeira do parlamentar para arcar com suas despesas particulares.

Em entrevista à Agência Senado nesta quarta-feira (1), Demóstenes e Tuma afirmaram que não descartam a utilização de outras informações parao conselho poder concluir seus trabalhos. Entre tais informações, citaram uma acareação entre Mônica e Cláudio Gontijoou ainda o depoimento do próprio Renan, mas ambos enfatizaram que a perícia da Polícia Federal é a prova técnica fundamental nesse caso.

- Aperícia por si só responde se houve quebra de decoro parlamentar. O Renan pode até- se quiser - falar por último, mas eu prefiro esperar o resultado da perícia - afirmou Demóstenes à Agência Senado.

Com relação à realização de uma acareação entre Mônica e o funcionário da Mendes Júnior, Demóstenes acredita que somente deverá ocorrer se for mesmo necessária para tirar alguma dúvida importante e, mesmo assim, utilizada apenas como informação complementar.

Já na opinião de Romeu Tuma, que esteve ontem com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, para se inteirar do andamento da perícia, seria interessante ouvir o depoimento de Mônica Veloso, pois, segundo lembrou, até agora somente Cláudio Gontijo foi ouvido pelo Conselho de Ética.

- A Mônica até agora só se manifestou por documentos. Seria bom ouvi-la pessoalmente e também realizar uma acareação entre ela e o Gontijo - sustentou Tuma.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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