José Dirceu e Gilberto Carvalho estão fora do relatório

Da Redação | 08/06/2006, 14h22

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), negou nesta quinta-feira (8) a existência de qualquer tipo de pressão para que no relatório final não constasse o nome de Gilberto Carvalho, chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador desmentiu informações de que na noite desta quarta-feira (7) cópias do relatório teriam chegado a ser distribuídas à imprensa, com o nome de Gilberto Carvalho incluído no documento. O relatório também não pede o indiciamento do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu.

- Fiquei preocupado com alguma desconfiança que se estabeleceu no sentido de que eu não estaria tendo a devida autonomia ao apresentar meu relatório e sofrido pressão. Não é que eu não tenha sofrido pressões, eu sofri, mas nesse momento, com relação a Dirceu e Gilberto, eu não recebi pressão - garantiu o relator, com a voz embargada.

Garibaldi disse que ficou emocionado nesta 81ª reunião da CPI dos Bingos, pois, ao longo dos trabalhos, teria sofrido diversas pressões do governo e da oposição.

- Mas nós resistimos a tudo isso e soubemos exercitar nosso trabalho com dignidade, um trabalho procurando a verdade - afirmou Garibaldi.

O relator da CPI informou ainda que as propostas com relação ao jogo de bingo serão encaminhadas à Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), afirmou que, se fosse o relator da CPI, teria sugerido o indiciamento do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o atual chefe do gabinete pessoal do presidente da República, Gilberto Carvalho. De acordo com Efraim, havia elementos para a sugestão do indiciamento de ambos em relação ao esquema de arrecadação de propinas em Santo André (SP).

Em depoimento à CPI dos Bingos, Bruno e Francisco, irmãos do prefeito petista Celso Daniel, assassinado em 2002, garantiram que Gilberto e Dirceu sabiam e tomaram parte no esquema de arrecadação de propina em Santo André (SP) para formação de caixa dois a ser usado em futuras campanhas eleitorais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)