Casas de bingo não praticam lavagem de dinheiro, garante presidente da Febrabingo

Da Redação | 09/05/2006, 14h02

Em depoimento nesta terça-feira (9) na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o presidente da Federação Brasileira de Bingos (Febrabingo), Carlos Eduardo Canto, negou que o setor seja um dos principais canais para lavagem de dinheiro no país. Ele negou também que a federação que dirige, bem como o chamado Movimento Pró-Bingo, tenham contribuído com dinheiro para campanhas eleitorais, principalmente para candidatos do PT.

O relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), lembrou que Rogério Tadeu Buratti - ex-assessor de Antonio Palocci quando este era prefeito da cidade de Ribeirão Preto (SP) - garantiu, em depoimento no colegiado, que casas de bingo de São Paulo e do Rio de Janeiro chegaram a contribuir com cerca de R$ 2 milhões para campanhas eleitorais de candidatos petistas. Carlos Canto disse desconhecer o episódio. Ele também informou que nunca conheceu o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira e nem o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República Waldomiro Diniz.

Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início do seu governo, manteve contato com entidades ligadas a bingos para a possível legalização do setor, Carlos Canto negou tais contatos ou supostos encontros, "inclusive com emissários do governo". Mas salientou que chegou a ser convidado para uma reunião no subsolo do Palácio do Planalto "que contou com a presença de vários interessados do setor" para tratar da regulamentação do jogo. A reunião, lembrou Canto, foi coordenada por um assessor do Palácio do Planalto. O depoente disse, entretanto, que não se lembrava do nome dele.

Carlos Canto defendeu a legalização das casas de bingo, mas condenou a regulamentação dos cassinos. Segundo ele, a legalização dos bingos geraria, de imediato, cerca de 120 mil empregos diretos nos cerca de mil estabelecimentos comerciais do ramo espalhados por todo país, rendendo aos cofres públicos, conforme avaliou, somente em impostos, cerca de R$ 2,3 bilhões anuais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)