Senado homenageia Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino

Da Redação | 04/12/2002, 00h00

O Senado homenageou, nesta quarta-feira (4), o Dia Internacional de Solidariedade ao povo palestino, diante de uma platéia de embaixadores, inclusive do representante do governo palestino no Brasil, Musa Amer Odeh, de senadores e deputados federais e estaduais.

O presidente do Senado, Ramez Tebet, ele mesmo descendente de árabes, se solidarizou com os presentes, manifestando sua confiança no fim do conflito entre judeus e árabes no Oriente Médio, com o justo reconhecimento do direito do povo palestino a um Estado soberano e independente. Ele aceitou que fosse incluída nos anais da Casa a mensagem do presidente Fernando Henrique Cardoso, manifestando o firme apoio do governo brasileiro às legítimas aspirações do povo palestino.

Ao discursar na homenagem, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) recordou a injustiça que representou o não cumprimento da decisão das Nações Unidas, em 1947, de criar dois Estados, um judeu e outro árabe.

- Se os judeus criaram seu Estado, o mesmo não aconteceu com os palestinos que vivem dispersados, sem terra e sem dignidade, espremidos nos territórios da Cisjordânia e Gaza, ocupados militarmente por Israel - disse.

Maguito lembrou que nos dois últimos anos, na Palestina, foram feridas 41 mil pessoas e morreram duas mil, das quais 85% eram civis. No período, a economia palestina perdeu quase US$ 10 bilhões, enquanto a taxa de desemprego em Gaza chega a 67% e na Cisjordânia é da ordem de 48%. Quase 75% dos palestinos vivem na linha da pobreza, sobrevivendo com menos de US$ 2 por dia.

Para Maguito, é preciso retomar as determinações de Madri e Oslo, de uma década atrás, em que os israelenses se comprometeram a deixar os territórios ocupados abrindo caminho para duas pátrias livres e soberanas.

- Não haverá paz na região enquanto apenas um dos lados tiver direito à soberania e à livre determinação - argumentou.

O senador por Goiás fez um apelo ao novo governo brasileiro, lembrando que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, construiu sua biografia lutando contra a opressão e as injustiças:

- Que ele use suas prerrogativas, agindo com mais vigor junto à ONU, para que os tratados relativos ao Oriente Médio sejam, de fato, cumpridos - concluiu Maguito Vilela.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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