Sindicalistas criticam PT, lembrando que membros do partido estavam nas ‘greves do ABC’

Da Redação | 03/09/2012, 14h15

A comparação entre as greves realizadas em São Paulo, no final da década de 1970 (ainda durante a ditadura militar), e as atuais greves de servidores públicos foi ressaltada pelos sindicalistas que participaram da audiência pública encerrada há pouco no Senado. Durante o debate, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou trechos de dois documentários sobre as chamadas Greves do ABC: “ABC da Greve” e “O Evangelho segundo Teotônio”, que incluem imagens de Luiz Inácio Lula da Silva quando o ex-presidente era sindicalista.

Os participantes da audiência lembraram que, se nas greves do ABC havia muitos líderes do futuro PT, partido que ainda não havia sido criado, nos movimentos dos últimos dias os grevistas vêm criticando o governo federal, atualmente liderado pelo próprio PT. Um dos que fizeram essa comparação foi Carlos Magno Sampaio, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica.

Paim disse que seu objetivo, ao apresentar os vídeos, “era mostrar que o direito de greve foi um instrumento fundamental para o combate à ditadura; um instrumento que serviu e serve à democracia”.

– Eu apenas quis mostrar que a greve tem de ser um direito e que não se pode aprovar uma lei que proíba tal direito – declarou ele.

Paim afirmou ainda que “existe hoje um movimento de paralisação que precisa ser respeitado”.

Durante a audiência, vários sindicalistas criticaram o PLS 710/11, projeto de lei do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que visa regulamentar o direito de greve dos servidores públicos.

A audiência desta segunda-feira para debater o direito de greve foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), presidida por Paim.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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