‘PMDB não tem dono’, afirma Sarney

Da Redação | 14/05/2012, 16h25

“O PMDB não tem dono”, afirmou nesta segunda-feira (14) o presidente do Senado, José Sarney, ao participar de sessão solene do Congresso Nacional que marcou o 46º aniversário do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, fundado como MDB em 1966.

Sarney disse que muitas vezes a opinião pública tem a impressão de que o partido enfrenta divisões e lutas internas – o que, como observou, é reflexo de sua democracia interna. O que poderia parecer patológico, segundo Sarney, é sintoma de vitalidade da legenda.

– Os outros partidos têm donos. Nós não temos, porque somos um partido de todos, um partido do povo brasileiro – acrescentou.

Paradigma

O presidente do Senado disse que o PMDB rompeu com um paradigma – o de que a política no Brasil sempre foi feita à margem dos partidos – e hoje é a agremiação política mais antiga do país.

Para Sarney, o Brasil foi construído pelos políticos e pela classe política, e não em batalhas, como outros países.

– O Brasil é uma construção política e de políticos. Atacados, insultados, responsabilizados por tudo, mas foram eles que construíram as instituições, tiveram o gênio de manter sua unidade, conciliar, transigir, construir, dando ao povo brasileiro as condições de segurança de trabalho, crescimento de economia, e chegar até hoje como a 6ª economia do mundo.

O vice-presidente Michel Temer – que também participou da solenidade, ao lado dos ministros da Previdência, Garibaldi Alves Filho, e de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco – destacou o papel do PMDB na construção do novo Estado brasileiro.

Poder

O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), ressaltou os número da participação do partido no poder. Além de ter em suas fileiras o vice-presidente Michel Temer e cinco ministros, o PMDB governa cinco estados e 1.175 municípios.

O partido, conforme Raupp, conta ainda com 906 vice-prefeitos, 21 senadores, 80 deputados federais, 152 deputados estaduais e 8.495 vereadores. O número de filiados, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, chega a 2,4 milhões.

Governabilidade

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que o partido tem sido o pilar da governabilidade e lamentou que esse conceito seja valorizado apenas nas crises.

– Em tempos democráticos e estáveis, a governabilidade é até tratada pejorativamente – observou o líder do PMDB.

Ao também salientar o papel do partido na governabilidade, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) enumerou uma série de avanços sociais, que, segundo ele, só se tornaram realidade com o apoio do PMDB.

Eunício Oliveira citou o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o ciclo sustentado de aumentos reais do salário mínimo, o programa Bolsa Família e a Lei da Ficha Limpa, entre outros.

Resistência

Os senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Romero Jucá (PMDB-RR) disseram que a história do PMDB mistura-se com a saga da resistência democrática no Brasil.

Jucá afirmou que o partido formou-se na adversidade, enfrentou corajosamente o arbítrio do regime de exceção e suas lideranças políticas amadureceram na luta pela restauração das liberdades democráticas.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que, independentemente das posições políticas, “devemos sempre seguir o exemplo do peemedebista Ulysses Guimarães, que defendia a política dos honestos e criticava a política dos interesses”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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