Renan diz que Dilma tem que dizer o que pensa sobre terceirização

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff sobre a terceirização ao anunciar em Plenário, nesta terça-feira (28), a chegada do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 4330 de 2004, que permite contratar terceiros nas empresas para atividades da área fim.
28/04/2015 22h20

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff sobre a terceirização ao anunciar em Plenário, nesta terça-feira (28), a chegada do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 4330 de 2004, que permite contratar terceiros nas empresas para atividades da área fim.

“Não dá pra mascarar essa discussão. A regulamentação da terceirização é, sobretudo, uma tentativa de se colocar um novo modelo de desenvolvimento econômico para o Brasil. Pode regulamentar a terceirização para a atividade fim? Pode. E a presidente da República precisa dizer o que pensa sobre essas questões todas. Porque a consequência é aquilo que o senador Aécio colocou, ela vai, a cada 1º de maio, ter mais dificuldades de falar ao povo brasileiro”, disse Renan. A presidente Dilma anunciou que não fará o tradicional pronunciamento em rede nacional pelo Dia do Trabalho.

O presidente do Senado também relatou aos senadores sobre o encontro que teve com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, nesta terça-feira. “Disse ao presidente da CNI que nós não podemos passar a ideia para a sociedade de que com a terceirização da atividade fim nós vamos devolver a competitividade e a produtividade da indústria brasileira”, afirmou.

O senador Renan também observou que os debates sobre a proposta vão ser transparentes e que as circunstâncias obrigam o que ele chama de “ativismo parlamentar”. “Tem muita gente incomodada, e eu lamento muito, com o ativismo parlamentar que o Congresso nacional está circunstancialmente obrigado a fazer”, avaliou.

Renan também anunciou que marcou para o próximo dia 12 de maio uma sessão temática para debater o assunto. Vão ser convidados o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias; o presidente do Tribunal Superior de Justiça (TST), Antonio José de Barros Levenhagen; o presidente da CNI, Robson Andrade; o presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antônio Oliveira Santos; além de representantes das centrais sindicais e do Ministério Público do Trabalho.

De acordo com Renan Calheiros, a proposta irá tramitar pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Assuntos Econômicos (CAE), de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e Assuntos Sociais (CAS), nessa ordem. Vários senadores cumprimentaram o presidente do Senado pelas posições anunciadas em relação à terceirização e por abrir a Casa ao debate.

Outra sessão temática, sobre Crise e Desenvolvimento, foi anunciada por Renan Calheiros para o próximo dia 05 de maio. Foram convidados o ministro da Fazenda, Joaquim Levy; o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger; os economistas Carlos Lessa e Marcos Henrique Monteiro de Castro; entre outros. O requerimento para a realização desse debate foi do senador Roberto Requião (PMDB-PR).